Rosane de Oliveira
Ao completar seis meses à frente do Piratini, o governador José Ivo Sartori não tem o que comemorar. São seis meses de paralisia, engessado pela crise das finanças públicas que reduziu os investimentos a quase zero e ameaça comprometer serviços essenciais. Todos os meses, para pagar em dia os salários, o governo escolhe quem vai sacrificar. Até aqui, as vítimas têm sido as prefeituras, os hospitais e os fornecedores de produtos e serviços.
O ajuste fiscal, que começou no primeiro dia de governo, com um decreto de corte de gastos, foi renovado em junho, no bojo do pacote de projetos entregue à Assembleia. As propostas mais polêmicas deverão ser encaminhadas ao Legislativo em julho e agosto, incluindo o aumento do ICMS.
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Na coluna dos fatos positivos o governo contabiliza a celebração de contratos de gestão com todos os secretários, que terão objetivos a cumprir. São metas em geral modestas, compatíveis com a falta de recursos para a implementação de políticas públicas.
Em seis meses, o governo não conseguiu avançar no projeto de enxugamento da máquina pública, porque esbarra na exigência legal de consultar a população para vender ou liquidar estatais. O Piratini deverá propor a realização de plebiscito com a eleição de 2016.
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Nestes 180 dias, nenhum edital de concessão de serviços à iniciativa privada foi publicado. Sartori argumenta que é preciso ter paciência e que não se pode correr o risco de uma concessão dar errado. Nas Parcerias Público-Privadas, o governo ainda busca um modelo que seja bom para o Estado e atraente para os investidores.
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Seria diferente se Tarso Genro tivesse vencido a eleição? Provavelmente, não. Tarso teria as mesmas contas para pagar - incluindo os reajustes que concedeu para quitação até 2018 - e não contaria com os R$ 6 bilhões que sacou dos depósitos judiciais. Tarso apontava como saída a renegociação da dívida com a União, uma empreitada difícil, considerando-se a dureza do ajuste conduzido pelo ministro Joaquim Levy.