O fim do anonimato na internet deveria ser algo pontuado pelos meios de comunicação deste país. Grandes portais, como UOL, G1, Clic RBS e outros, deveriam se posicionar contra aqueles que se escondem no anonimato para cometer crimes via opiniões que incitam a violência, o racismo e a homofobia.
Não tem problema um sujeito ser contra ou a favor de um governo, mas há problema, sim, quando alguém chama uma presidente de vaca ou usa palavras de baixo calão. E não se trata aqui de defender este ou aquele governante, mas sim de entender que instituições democráticas devem ser respeitadas, assim como as pessoas.
Por trás do anonimato, uma onda de ódio e violência tem tomado conta das redes sociais. Opiniões racistas, como a que agrediu a apresentadora Maju, do Jornal Nacional, só pelo fato de ela ser negra, são um exemplo de crimes cometidos todos os dias. A maioria dos negros neste país continua vulnerável a injúrias desferidas por racistas imbecilizados. Isto acontece no Brasil, mesmo sendo o racismo considerado crime. Imaginem se não fosse.
Porém, as agressões nas redes são cada vez mais fortes contra homossexuais. E a homofobia ainda não é tida como crime no país. Talvez por isso, nas redes, proliferem opiniões anônimas atacando cruelmente gays com o pior tipo de adjetivos.
Por outro lado, o que vemos nos embates políticos tem gerado uma onda de violência que beira o fascismo. Um jovem brasileiro e de classe média grita contra a presidente Dilma em visita aos Estados Unidos, chamando-a de comunista, terrorista e outras baboseiras. Numa consulta na página do jovem agressor no Facebook, pode-se vê-lo abraçado ao deputado Jair Bolsonaro, não por acaso um dos líderes da extrema direita deste país.
O momento é de responsabilidade dos meios de comunicação, que não podem deixar que opiniões covardes se escondam no anonimato. A liberdade de expressão é um bem absoluto, não pode ser usada para incitar o ódio, a violência e o crime. Cabe aos portais e às redes da internet exigir transparência, nome e sobrenome de quem opina. Com esta simples exigência de identificação dos seus usuários, certamente muitas opiniões ofensivas seriam evitadas. E quem sabe essa escória antidemocrática ficaria resumida ao seu mundinho de mesquinhez.
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