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Horas após anunciar o rompimento com o governo federal, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu início à retaliação ao Palácio do Planalto. Criou a CPI do BNDES e autorizou a criação da CPI dos Fundos de Pensão. Para isso, rejeitou a criação de outras quatro comissões parlamentares.
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Além da CPI do BNDES, ele criou as CPIs dos crimes cibernéticos e dos maus tratos a animais. A dos fundos de pensão ele apenas autorizou porque precisa esperar até 6 de agosto para que a CPI do sistema carcerário seja concluída e abra espaço para a criação de outra comissão.
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Cunha rejeitou as CPIs do setor elétrico, de mulheres em situação de violência, de desabastecimento d'água e de telefonia.
Rompimento
Nesta sexta-feira, Eduardo Cunha anunciou sua saída do governo em entrevista coletiva, após ser acusado pelo lobista Júlio Camargo de ter recebido US$ 5 milhões de propina nas investigações da Operação Lava-Jato. O presidente da Câmara atribui ao Palácio do Planalto uma articulação para envolvê-lo no escândalo de corrupção da Petrobras.
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A propina, segundo Camargo, seria para viabilizar um contrato de navios-sonda da Petrobras para a empresa Toyo Setal. O parlamentar disse que a delação de Camargo ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, é "nula" por ter sido feita à Justiça de primeira instância e lembrou que, como parlamentar, tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Cunha disse que, como deputado, não aceita que o PMDB faça parte de um governo que quer arrastar os que o cercam "para a lama".
- Está muito claro para mim que esta operação é uma orquestração do governo. Essa lama, eu não vou aceitar estar junto dela - afirmou Cunha.
*Estadão Conteúdo