O doleiro Alberto Youssef disse à Justiça Eleitoral que foi procurado por um emissário da campanha da presidente Dilma, no ano passado, para trazer de volta ao Brasil cerca de R$ 20 milhões depositados no exterior. A informação foi divulgada, nesta sexta-feira, pelo jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso ao depoimento do doleiro.
Yousseff, apontado como um dos principais operadores do esquema de corrupção na Petrobras, diz que foi procurado no início deste ano e não executou a operação. Ele foi preso com a deflagração da Operação Lava-Jato, em março.
No depoimento, dado em 9 de junho, em Curitiba, onde Youssef está preso, o doleiro não identifica com precisão a pessoa que o teria procurado para pedir ajuda. Ele também deixou claro que não participou da campanha da presidente. O depoimento foi tomado no âmbito de uma ação movida pelo PSDB contra Dilma no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desde 2014.
O ministro Edinho Silva, da Comunicação Social da Presidência, afirmou à Folha que o depoimento de Alberto Youssef deixa claro que o doleiro "nunca manteve contato com a campanha de Dilma Rousseff" à reeleição.
O PT disse que não iria se pronunciar sobre o caso. O advogado de Youssef, Figueiredo Bastos, também disse à Folha que não comentaria o teor do depoimento.
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Em setembro passado, o doleiro assinou um acordo de delação premiada para colaborar com as investigações em troca de redução da pena e outros benefícios. Ele é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa devido aos desvios na Petrobras.
* Zero Hora