
Referência para 14 municípios, o Hospital Montenegro, na Região Metropolitana, anunciou que serão suspensos temporariamente os atendimentos de especialistas, exames e procedimentos eletivos a partir de segunda-feira. Por mês, cerca de 3.500 consultas deixarão de ser feitas. Não há previsão de normalização dos serviços.
O motivo para fechar o ambulatório de especialidades é o atraso e os cortes sofridos nos repasses dos governos Estadual e Federal, que totalizam mais de R$ 4,8 milhões, de acordo com a direção da casa. Além de não ter recebido R$ 550 mil do governo federal neste ano por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), não foram repassados pelo Estado o valor acordado para novembro e parte do montante de abril. Nesta semana, o hospital recebeu apenas 40% do repasse, a "gota d'água", como destaca o diretor Carlos Batista da Silveira.
- O hospital é o único filantrópico do Estado a ser 100% SUS, mas parece que para a Secretaria do Estado isso não ficou claro - disse o diretor, explicando que a instituição depende unicamente do repasse das verbas para o funcionamento.
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Nesta sexta-feira, a diretoria realizou uma reunião com os secretários de saúde das cidades atingidas, para expor a situação.
- A dúvida é para onde encaminhar esses pacientes - diz Silveira.
A casa de saúde informa ainda que a "medida está sendo tomada a fim de evitar o endividamento da instituição, pois os pagamentos de serviços médicos, obrigações fiscais e de fornecedores encontram-se comprometidos". A instituição tentará um acordo com os médicos para suspender temporariamente os contratos.
Os atendimentos nas unidades de internações, UTI e Emergência continuarão sendo realizados.
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O que diz a Secretaria Estadual de Saúde
A Secretaria Estadual de Saúde informa que não está particularizando a situação de cada hospital no Estado, pois "o panorama é o mesmo para todos". Confira a nota na íntegra:
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informa que nesta semana fez o pagamento de R$ 35 milhões aos hospitais. O montante equivale a 40% dos incentivos estaduais referentes ao mês de maio. No último mês, setor hospitalar já havia recebido um repasse de R$ 18,7 milhões do Tesouro do Estado e outros R$ 55,1 milhões em recursos federais.
Apesar de todas as dificuldades financeiras notórias pelas quais o Rio Grande Sul enfrenta, este foi o primeiro mês que o Governo do Estado não teve condições de pagar em dia os recursos destinados a hospitais. O planejamento proposto frente a esse cenário está em adequar esse orçamento com os nossos gastos. O compromisso é manter a aplicação dos 12% de sua receita na área da saúde, assim como a legislação determina.
ZH tentou contato com o Ministério da Saúde, mas ainda não obteve retorno.
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