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163 mil sem trabalho

Região Metropolitana tem pior taxa de desemprego para junho desde 2010

Em um mês, 15 mil pessoas ingressaram na fila de desempregados na Grande Porto Alegre

Omar Freitas / Agencia RBS
Nos últimos 12 meses, o maior número de fechamento de vagas ocorreu na construção, na qual foram cortados 6 mil postos

O desemprego subiu pelo quarto mês consecutivo na Região Metropolitana de Porto Alegre. A taxa de desemprego passou de 7,8% em maio para 8,5% em junho. É o pior índice para o mês de junho desde 2010, quando o desemprego atingiu 9,5% nos municípios que integram a região.

Segundo levantamento da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), o aumento do contingente de desempregados subiu 10% em um mês, o que representa 15 mil pessoas a mais à procura de trabalho.

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Em junho de 2015, a Região Metropolitana somou 163 mil desempregados. Eram 104 mil em junho do ano passado. Conforme análise da FEE, o resultado é decorrente da relativa estabilidade na geração de postos de trabalho, insuficiente para absorver o ingresso de mais gente no mercado.

"Como decorrência, aumenta a taxa de desemprego dos chefes de família, o que leva mais pessoas a disputarem uma vaga de emprego para manter o nível de renda familiar", explica, em nota, a economista Iracema Castelo Branco, coordenadora do Núcleo de Análise Socioeconômica e Estatística da FEE. Entre os principais setores de atividade econômica analisados, os maiores cortes em um mês ocorreram na indústria de transformação (que fechou 7 mil postos, uma queda de 2,3%) e no comércio, reparação de veículos e motos (nos quais foram 2 mil vagas, uma queda de 0,6%). Já a construção teve crescimento de 5,5% no nível ocupacional (6 mil postos a mais) e o setor de serviços (foram 6 mil vagas abertas, uma alta de 0,6%).

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Na avaliação dos últimos 12 meses, entre junho de 2014 e 2015, a taxa de desemprego na Região Metropolitana aumentou de 5,7% para 8,5%. No mesmo período, o total de desempregados teve um acréscimo de 59 mil pessoas em função do insuficiente crescimento do nível de ocupação (21 mil postos) para absorver o contingente de trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho (80 mil).

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Na comparação entre setores no último ano, houve crescimento nos serviços (mais 25 mil) e na indústria de transformação (mais 7 mil), enquanto foi registrada queda na construção (menos 6 mil) e no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 4 mil).

Ao analisar as estatísticas negativas, a economista da FEE faz uma ressalva: é preciso pensar em perspectiva.

"Se os números não animam e a conjuntura sinaliza dificuldades ao longo de todo o 2015, a taxa de desemprego está bastante longe dos 17% de 2003 ou dos 19% em 1999", lembra Iracema.

*Zero Hora

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