
O presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) - ex-presidente da República - foram denunciados nesta quinta-feira por envolvimento em cobrança de propina e lavagem de dinheiro desviado da Petrobras.
Cunha e Collor são denunciados ao STF
Ambos têm sua condenação criminal pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Nos próximos dias deve ser denunciado também o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do Partido Progressista, pelo mesmo motivo.
Confira aqui o principal teor das suspeitas contra Cunha e Collor:
Eduardo Cunha - o executivo Julio Camargo (consultor da construtora Toyo-Settal e um dos 15 delatores que colaboram com a Operação Lava-Jato) diz que subornou com US$ 5 milhões o presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O dinheiro teria sido usado para abafar uma investigação que os parlamentares fariam sobre a Toyo e contratos ganhos mediante corrupção na Petrobras. A investigação foi arquivada, a pedido de Cunha.
Outro que relata recebimento de "vantagens indevidas" por parte de Cunha é o doleiro Alberto Youssef, também delator. Ele diz que o deputado teria recebido dinheiro para intermediar o aluguel de sondas de perfuração de petróleo pela Petrobras.
- Para viabilizar a assinatura do contrato com a Sansung (fabricante das sondas) foi demandado que Julio Camargo repassasse para o PMDB percentual que o declarante não sabe precisar, mas que se destinava a pagamento de vantagem indevida a integrantes do partido PMDB, notadamente o deputado federal Eduardo Cunha - diz trecho da delação de Alberto Youssef. Os procuradores teriam conseguido rastrear, inclusive, doações de dinheiros a igrejas com as quais Cunha contribui.
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Fernando Collor de Mello - é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões de propina em um negócio envolvendo a BR Distribuidora. A informação partiu do doleiro Alberto Youssef, delator da Lava-Jato, que teria repassado o dinheiro em diversas etapas.
Em delação premiada, o doleiro disse que fez vários envios de dólares e reais para Collor a pedido de Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Collor e dono da GPI Participações e Investimentos, empresa que fazia negócios com Youssef. Um empregado de Youssef, o também doleiro Rafael Ângulo Lopez, diz que entregou pessoalmente para Collor um pacote de dinheiro, no apartamento do ex-presidente em São Paulo.
Em uma busca realizada num dos escritórios de Youssef, a PF encontrou depósitos anotados para Pedro Paulo que somam R$ 50 mil, o que corrobora, em parte, as afirmações do doleiro. No total, Collor estaria envolvido na receptação de R$ 26 milhões em propinas. Em 14 de julho, a PF fez buscas em propriedades de Collor e confiscou três carros de luxo: uma Ferrari, uma Lamborghini e um Porsche. A investigação contra o ex-presidente é o Inquérito 3883/2015.
Os envolvidos negam veementemente ter recebido dinheiro ilegal desviado da Petrobras e afirmam que não vão renunciar.
* Zero Hora