Aos poucos, o protagonismo do PT no governo Dilma vem perdendo força. O aprofundamento das crises política e econômica e a crescente insatisfação popular estão obrigando a presidente a ceder espaço e poder aos aliados, em especial ao PMDB, partido que hoje dá as cartas na articulação com o Congresso. É o que restou para uma administração em frangalhos: buscar a governabilidade - a um custo altíssimo - ou o isolamento - o que inevitavelmente leva à renúncia.
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Desde que o vice-presidente Michel Temer assumiu o papel de fiador da estabilidade política, os petistas sumiram. A crise expôs ao país o que sempre se soube nos bastidores:
- A presidente é uma péssima articuladora. Nos tempos de popularidade alta, até podia se dar ao luxo de torcer o nariz para aliados como Temer e Renan Calheiros. Seu perfil de gerente de um país que supostamente andava nos trilhos lhe bastava.
- Temer ficou no ostracismo durante os quatro anos do primeiro mandato. O desprezo de Dilma pelo vice ficava evidente em suas falas e atos. Hoje, ela não só está refém de Temer como terá cada vez mais de fazer concessões. O PMDB é insaciável.
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- Nunca existiu liga entre PT e Dilma. O partido só a aceitou como candidata porque Lula bancou. Dilma sempre foi avessa a reuniões e conchavos políticos.
- As denúncias de corrupção contra petistas atingem muito mais Lula do que Dilma, que não carrega a história do partido no seu currículo.
- À Dilma interessa terminar dignamente o mandato. Se em algum momento chegou a ter ambições de continuar na política, com certeza essa possibilidade já foi abandonada. Já para Lula, o estigma da corrupção tem um efeito devastador. Se o principal líder petista se inviabilizar eleitoralmente, o PT perde a única possibilidade concreta de continuar no poder.
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- Lula é o coração e o cérebro do PT. Se ele for abatido, o PT corre o risco de desaparecer a médio prazo. E o projeto de parte da oposição é varrer o PT do cenário político.
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