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Reação de Sartori

Governador determina corte do ponto de grevistas: "Falta será falta"

Sartori se manifestou no início da noite desta terça-feira, após anúncio de paralisação de três dias do funcionalismo

Juliana Bublitz

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Depois de passar o dia recluso no Palácio Piratini, o governador José Ivo Sartori quebrou o silêncio no início da noite desta terça-feira para anunciar o corte de ponto dos grevistas. Visivelmente irritado, Sartori conclamou o funcionalismo a não paralisar as atividades "pelo bem da sociedade gaúcha" e avisou: "presença será presença, falta será falta".

"Se o governo não pagar esses dias, poderá piorar as coisas", diz Cpers

A entrevista coletiva foi acompanha pelo vice-governador, José Paulo Cairoli, e por secretários de Estado. Durou menos de cinco minutos. Diante das câmeras, Sartori destacou o "esforço supremo" feito pelo governo para pagar a folha de julho.

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Disse considerar democráticas as manifestações e garantiu que continuará "dialogando com todos". Com o semblante fechado e a voz alterada, comunicou em seguida a decisão de enfrentar quem cruzar os braços nos próximos três dias.

- O ponto será controlado, e os dias serão descontados dos que não trabalharem. Isso quer dizer que não há motivo para uma paralisação dessa natureza. Solicito a todos os servidores do Rio Grande que, pelo bem da sociedade gaúcha e do povo do Rio Grande, não paralisem as suas atividades. Acho que a sociedade gaúcha merece. Sabe do esforço que estamos fazendo. Essa crise não começou agora - afirmou Sartori, que acompanhou os protestos da ala residencial do Palácio.

Dirigentes do Cpers e da Fessergs tiveram papel decisivo na aprovação da greve

Abaixo, veja o vídeo divulgado pela assessoria do governo do Estado:



A medida foi recebida com repúdio por líderes sindicais, entre eles a presidente do Cpers-Sindicado, Helenir Schürer:

- Ele não paga os salários e diz que vai cortar o ponto? O governador precisa de mais seriedade. Continuaremos no mesmo ritmo e, agora, com mais um agravante. Se o governo não pagar esses dias, poderá piorar ainda mais as coisas.

O clima de tensão foi o desfecho de um dia cheio de dificuldades para o governador. Logo cedo, às 8h, Sartori recebeu os líderes das bancadas aliadas para um café da manhã. Mais uma vez, tentou convencer a base da necessidade de apoiar o projeto que prevê aumento de impostos - capaz de injetar R$ 2 bilhões anuais aos cofres do Estado a partir de 2016.

Luiz Chaves / Palácio Piratini

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- Ainda temos um grande rio a atravessar (para sensibilizar os apoiadores), mas já existe a compreensão de que não há outra solução para a crise - destacou o deputado Alexandre Postal (PMDB), líder do governo na Assembleia.

Nos bastidores, o governo cogita fazer com que secretários do PP, do PDT e do PSB, eleitos deputados estaduais, deixem seus cargos temporariamente. Com isso, eles assumiriam as cadeiras no Parlamento apenas para ajudar a aprovar o aumento de ICMS.

- Tudo vai depender de como os suplentes se comportarem. Agora nós vamos ver quem realmente está do lado do governo - disse um deputado da base.

As reuniões com deputados aliados vão prosseguir hoje. Já está decidido, segundo Postal, que o projeto será enviado para a Assembleia amanhã, de qualquer forma - mesmo em meio a uma greve geral.

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