
Unificadas por grandes faixas verticais com a frase "Impeachment Já", manifestações contra Dilma Rousseff voltaram a ocorrer neste domingo em todos os Estados e no Distrito Federal. É o terceiro protesto massivo, com participação superior à registrada em 12 de abril e inferior de 15 de março. Levantamento do jornal Folha de S. Paulo mostra que Polícias Militares calculam que mais de 610 mil pessoas participaram dos atos nas capitais dos 26 Estados e em Brasília - em abril, a estimativa atingia 521 mil e, em março, 1,7 milhão.
A maior quantidade estimada pelas polícias militares estaduais foi na capital paulistas, com 350 mil pessoas concentradas na Avenida Paulista. Os organizadores avaliaram a participação entre 900 mil e 1,5 milhão . Em Porto Alegre, a Brigada calculou 30 mil, e os representantes do ato, 65 mil.
A estimativa de participantes em 10 capitais (no Rio, PM não fez projeção):
O resultado havia sido previsto por um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri.
- Nossa projeção é que seja maior que o último, mas menor que a primeira manifestação do ano - havia dito antes da mobilização.
Uma novidade foi a presença de políticos de oposição nos palanques. Nos protestos anteriores, havia a preocupação de caracterizar os atos como independentes de partidos. Também houve diferença na pauta em relação aos protestos anteriores. No domingo, eram mais explícitas e frequentes as manifestações "Fora, Dilma" e "Fora, PT".
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi outro alvo das críticas de quem saiu às ruas, em cartazes e palavras de ordem puxadas pelas multidões. Em Brasília, um boneco inflável gigante que representava Lula vestido de presidiário, foi uma das características da mobilização. Também houve um alvo claro do apoio dos manifestantes: o juiz federal Sérgio Moro, que coordena as atividades da Operação Lava-Jato em Curitiba (PR). De cartazes a camisetas com corações decorados com as cores da bandeira do Brasil, o apoio ao magistrado foi explícito e reiterado.
Pedidos de intervenção militar voltaram a aparecer, de forma tão isolada quanto dos dois primeiros protestos. No final da tarde, a presidente Dilma Rousseff reuniu ministros em sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, mas não houve pronunciamento. Foi emitida apenas uma avaliação de que o governo "viu as manifestações dentro da normalidade democrática", atribuída ao ministro da Comunicação Social, Edinho Silva.
Também houve protestos no Exterior. Cerca de cem pessoas protestaram em frente à embaixada do Brasil em Londres (Inglaterra) e menos de 20 em Paris (França).
*Zero Hora