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A Polícia Civil concluiu nesta sexta-feira as investigações sobre o assassinato por esquartejamento de Cíntia Beatriz Lacerda Glufke, 34 anos, ocorrido mês passado, em Porto Alegre. Foram indiciadas quatro pessoas por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver: o recepcionista Vandré Centeno do Carmo, 25 anos, os irmãos dele Jean Centeno do Carmo, 20 anos e Alan Centeno do Carmo, 19 anos e a amiga de Vandré, a aposentada Esmeralda Luciano de Antoni, 75 anos.
O sogro de Cíntia, o microempresário Werner Glufke, 63 anos, foi indiciado por homicídio. Dos cinco envolvidos, apenas Esmeralda está em liberdade.
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Autor confesso das agressões a Cíntia, Vandré está preso preventivamente, assim como Werner desde 21 de agosto. As prisões dos irmãos dele são temporárias e ocorreram uma semana depois.
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Os motivos do crime ainda são nebulosos. Vandré e Cíntia eram amigos. Ao admitir a morte, ele disse que era ameaçado por ela e apresentou à polícia gravações de diálogos via WhatsApp no qual Cíntia proferia ofensas. Depois, Vandré disse que agiu a mando de Werner porque o sogro teria divergências com a nora. O marido de Cíntia estava nos Estados Unidos.
Em outro depoimento, Vandré voltou atrás, isentando Werner, mas a polícia não acreditou nessa versão. Na quarta-feira, o Tribunal de Justiça do Estado negou habeas corpus que pedia a soltura de Werner.
Cintia foi morta na casa de Vandré, em 7 de agosto, no bairro Mario Quintana. Ela foi atingida com marteladas na cabeça e depois teve os membros retalhados com uma serra. Os irmãos de Vandré estavam na moradia. Ao depor à polícia, eles alegaram que foram obrigados por Vandré a lavar a casa e ajudar a cavar um buraco no pátio para esconder o tronco da vítima. Um deles foi ao apartamento de Cíntia, no bairro Jardim Carvalho, e pegou o celular e outros objetos da vítima.
Em conversa com a defensora pública Tatiana Boeira, que vai atuar na defesa dos três irmãos, Vandré inocentou os irmãos, garantindo que fez tudo sozinho.
Horas após o esquartejamento de Cintia, Vandré viajou com a amiga Esmeralda para São Joaquim (SC). Imagens de câmeras de vigilância mostram os dois na rodoviária de Porto Alegre momentos antes do embarque. Vandré carregava duas malas, contendo braços, mãos, pés e partes das pernas de Cíntia, abandonados por ele em um lixão na cidade catarinense. Para a polícia, Esmeralda estava ciente do crime. A aposentada tinha um caso com Vandré, situação que ele jamais admitiu, chamando Esmeralda de "madrinha".
Contrapontos
O que diz o advogado Jamil Abdo, defensor de Werner Glufke:
Ele não participou do crime, não conhecia e nunca falou com Vandré, e as provas que confirmam isso são fartas.
O que diz a defensora pública Tatiana Boeira, que atua na defesa de Vandré Centeno do Carmo:
Ele inocentou os irmãos, afirmando que agiu sozinho. Percebi nele traços de transtorno de personalidade. Vou solicitar a instauração de incidente de insanidade metal. (perícia psiquiátrica).
Zero Hora não conseguiu contato com o defensor público Alisson Romani, que atua na defesa de Alan Centeno do Carmo e Jean Centeno do Carmo.
*Zero Hora