
Como tem se tornado praxe, a presidente Dilma Rousseff evitou a cadeia nacional de televisão e rádio e publicou seu pronunciamento de 7 de Setembro direto na internet. O vídeo, de pouco mais de oito minutos, entrou nos canais do Planalto por volta das 11h desta segunda e mostra Dilma falando sobre a crise política e a necessidade de repensar investimentos.
- É o momento certo para refletir. Falar sobre a preocupação de todos nós quanto ao presente e ao futuro do país. (...) As dificuldades e desafios resultam de um longo período em que o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir o emprego e a renda do trabalhador, a continuidade dos investimentos e dos programas sociais. Agora, temos que reavaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas - diz a presidente logo no início do vídeo, deixando claro que programas sociais terão sua aplicação repensada pelo governo federal.
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- Se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente. Alguns remédios para essa situação, é verdade, são amargos, mas são indispensáveis - completa.
Dilma segue o pronunciamento falando que a crise também atinge países emergentes e parceiros econômicos do Brasil. A presidente argumenta que essas nações "tiveram seus crescimentos reduzidos e foram atingidos pela crise internacional".
Usando o menino Aylan, que apareceu morto em uma praia turca e teve sua imagem transformada em símbolo dos refugiados sírios, como exemplo, Dilma garantiu que o Brasil tem "braços abertos para os refugiados" e reiterou "a disposição do governo de receber aqueles que, expulsos de suas pátrias, para aqui queriam vir, viver, trabalhar e contribuir para a paz e prosperidade do Brasil".
A seguir, a presidente segue falando das medidas necessárias para "pôr a casa em ordem": segundo ela, o Brasil pode ser exemplo de "crescimento econômico e valorização das pessoas". Para isso, fez um apelo à oposição:
- A união em torno dos interesses de nosso país e de nosso povo é a força capaz de nos conduzir nessa travessia. Devemos, nessa hora, estar acima das diferenças menores, colocando em segundo plano os interesses individuais e partidários.
Por fim, a presidente diz que a data é "uma celebração e um tributo que prestamos aos heróis que lutaram por um Brasil forte, livre e independente". No pronunciamento, Dilma diz que o dia serve para reafirmar o que um povo tem de melhor: "a capacidade de lutar".