
O vice-presidente da República, Michel Temer, foi tímido na defesa do aumento de impostos durante jantar com governadores do PMDB na noite de terça-feira, no Palácio do Jaburu, em Brasília.
A posição do vice foi contrária a dos convidados, que defenderam uma reforma na previdência e ajustes em relação a despesas e receitas dos Estados. Os seis representantes expuseram as dificuldades em solidariedade ao governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, que enfrenta um dos piores cenários. As informações são da Rádio Gaúcha.
Sartori quis reforçar a situação de crise do Estado ao vice-presidente, mostrar apoio ao aumento de impostos estaduais e federais, como a CPMF. Só que, ao mesmo tempo em que defendeu o ônus, Sartori disse que "a sociedade não pode ser penalizada".
O governo federal tentou passar para o Congresso a tarefa de encontrar a receita do "remédio amargo" que pode curar o rombo de pelo menos R$ 30 bilhões nas contas públicas e teve um não como resposta.
No Senado, Renan Calheiros, segue com a posição de que o governo federal precisa cortar os próprios gastos. Até o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que tem entre os objetivos prejudicar a presidente Dilma Rousseff, diz que aumentar o imposto de renda não resolve o problema.
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A CPMF vigorou por dez anos e acabou em 2007, quando foi derrubada pelo Senado. No último dia 27, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, confirmou que o governo estudava a recriação da contribuição. Dois dias depois, após forte reação negativa no meio político, a possibilidade de criar um novo tributo para financiar a saúde foi deixada de lado.
Além de Sartori, participaram do jantar com Michel Temer os governadores Confúncio Aires Moura (Rondônia), Luiz Fernando Pezão (Rio de Janeiro), Marcelo Miranda (Tocantins), Paulo Jartung (Espírito Santo) e Renan Filho (Tocantins).