Somente uma cirurgia pode curar Amélio de Castro, 42 anos, de um problema detectado há quase duas semanas. Difícil é sobrepor a falta de vagas e encontrar um hospital disposto a recebê-lo no Estado. O homem está internado desde o dia 14 de setembro no Hospital Beneficente São João Bosco, em São Marcos.
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O diagnóstico apontou um abscesso numa membrana do tórax, cujo tratamento por meio de medicamentos é insuficiente. A cirurgia foi solicitada no dia 21 de setembro, mas o São João Bosco não tem estrutura para isso. Seria mais coerente, portanto, levá-lo para outra cidade. É aí que tudo trava.
São Marcos não tem referência no Estado para encaminhar pacientes do SUS que precisam especificamente de cirurgia torácica devido a resoluções estabelecidas no pacto da saúde pública. Caxias do Sul possui equipe para a operação de Castro, por exemplo, mas não pode atendê-lo por conta dessa regra.
A 5ª Coordenadoria Regional da Saúde (5ª CRS) também não tem como solicitar o atendimento em outras cidades da Serra pelo mesmo motivo. Se cogitou a transferência para Passo Fundo, no Norte do RS, o que depende de acertos com a Central de Regulação de Leitos do Estado. Na quinta-feira, a Justiça determinou à Secretaria Estadual da Saúde que encaminhe uma solução.
Em tese, a operação não seria tão complexa. O homem chegou no João Bosco com fortes dores no peito. O médico responsável concluiu que a remoção do abscesso é o tratamento mais eficaz. O procedimento foi classificado como urgente, e não requer leito de UTI para o pós-operatório.
A coordenadora da Central de Regulação de Leitos de São Marcos, Marinês Becker de Araújo, afirma que os esforços são contínuos.
- Recebemos a ordem judicial, mas o tratamento dele é maior do que a nossa possibilidade em São Marcos. Como sabemos da complexidade, repassamos a demanda para a Central de Regulação do Estado. Estamos trabalhando fora do horário, à noite inclusive, para tentar resolver - esclarece Marinês.
Na cama da enfermaria do hospital de São Marcos, Castro resiste e sofre.
- Ele está com febre todo os dias, não baixa nem mesmo com remédios. A infecção pode se espalhar - desabafa a mulher dele, Leonilda Cadena.
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