O motorista do lotação incendiado na manhã desta quinta-feira, no Morro Santa Tereza, quer desistir da profissão. Filipe Viana, 27 anos, está abalado com o ataque.
- O Estado está ali, em chamas. Isso é como o governador (José Ivo Sartori) está cuidando do Estado.
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Filipe estava dentro do lotação esperando o horário para pegar passageiros. Por volta das 11h, dois homens entraram no veículo e mandaram-no descer.
- Só corri. Não vi o rosto deles. Usavam capuz. Nunca sofri algo assim, só assaltos.
Filipe trabalha há um ano e meio na linha, diz adorar o trabalho, mas agora pensa em largar.
- Dirijo porque gosto, mas agora quero largar.
Além do lotação, dois ônibus também foram incendiados por volta das 11h no morro. O caso ocorreu três horas após a população atear fogo em lixos e atirar pedras em viaturas da Brigada Militar. A Polícia Civil investigará a relação entre as ocorrências.
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Os incêndios do fim da manhã são o desdobramento de um tumulto que começou no início do dia. Uma guarnição da BM fazia a ronda de rotina quando fez a abordagem a um homem, identificado como Ronaldo de Lima, 18 anos. Ele estaria armado e teria reagido, na versão da BM. Na confusão, um soldado disparou contra Lima, que morreu no local, na Rua Dona Maria.
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Foto: Ronaldo Bernardi/Agência RBS
* Zero Hora
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