
Em protesto contra o aplicativo Uber, taxistas interrompem nesta quarta-feira o tráfego em frente à Câmara Municipal de São Paulo, no centro da capital paulista. Com carros de som e cornetas, a categoria pede que os vereadores aprovem, em segundo turno, a proibição do aplicativo. Além de terem estacionado os carros na rua, os motoristas também soltam fogos de artifício.
Uma das pistas do Viaduto Jacareí foi interditada. De acordo com os organizadores, cerca de 5 mil profissionais da categoria devem participar do protesto. Motoristas de outros estados também são esperados no local. Depois da votação, o grupo pretende ir até o prédio da prefeitura de São Paulo para pressionar pela sanção da lei.
O Projeto de Lei 349 de 2014, que proíbe o uso de carros particulares para transporte remunerado, foi aprovado em primeira votação em junho. A segunda votação está marcada para esta tarde. O vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto, diz que o Uber é ilegal.
"A Lei 12.587/12, que trata da Política Nacional de Mobilidade Urbana, não prevê o transporte privado individual. Em contrapartida, reconhece a relevância do transporte público individual, definido como um serviço remunerado, aberto ao público, por intermédio de veículo de aluguel para a realização de viagens individualizadas. Uber não preenche esses requisitos", diz texto elaborado pelo gabinete do vereador.
O tema foi discutido em uma sessão tumultuada no dia 10 de agosto na Câmara Municipal. Na ocasião, o representante do Uber, Daniel Mangabeira, defendeu o aplicativo afirmando que há legislação que permite a existêncioa do aplicativo. Para Daniel Mangabeira, o Uber é um modelo complementar, que pode coexistir com qualquer transporte público na cidade.
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Com o acirramento de ânimos em torno da discussão, um motorista que trabalha pelo aplicativo chegou a ser agredido no mês passado. Segundo o boletim de ocorrência, o homem, de 22 anos, foi chamado para uma corrida no Itaim Bibi, zona oeste. Chegando ao local, ele foi cercado e teve o carro apedrejado. O rapaz foi colocado dentro de um táxi sob a mira de uma arma. Após circularem com ele por cerca de meia hora, o motorista foi deixado na Rua Funchal, dois quilômetros do local onde foi abordado. O crime foi registrado no 14º Distrito Policial.
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi (Simtetaxis), Antônio Matias, informou no último dia 11, por meio de nota, que os taxistas envolvidos no caso foram identificados.
*Agência Brasil