
O magnata americano Donald Trump, pré-candidato republicano melhor posicionado nas pesquisas, participou na noite de quarta-feira de mais um debate, a cinco meses do início das primárias nos Estados Unidos, e voltou a prometer a construção de um muro na fronteira com o México.
- Antes de mais nada, quero construir um muro, um muro que funcione - disse Trump, acrescentando que "há muita gente ruim no país que vem de fora".
- Se for eleito, no primeiro dia essa gente vai partir daqui. Os Estados Unidos são um país baseado em leis e vou garantir que sejam respeitadas. Esses são imigrantes ilegais - completou Trump, que ameaça deportar 11 milhões de estrangeiros.
O segundo colocado nas pesquisas entre os republicanos, o cirurgião afro-americano Ben Carson, concordou que a fronteira entre Estados Unidos e México está desprotegida. No entanto, comentou que é inviável deportar 11 milhões de imigrantes ilegais.
Para Carson, a expulsão deles - a maioria latinos - seria uma tarefa gigantesca.
- Estou disposto a escutar como alguém faria isso a um custo razoável, posso discutir isso - mencionou.
O governador de Ohio, John Kasich, por sua vez, estimou que deportar 15 mil pessoas por dia, durante dois anos, é algo que nenhum dos candidatos é capaz de fazer.
- Precisamos algo além de um muro - frisou.
Já o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, que é casado com uma mexicana, e o senador pelo mesmo Estado Marco Rubio, neto de imigrantes cubanos, criticaram a ideia de deportação em massa, mas apoiaram um reforço da fronteira com o México.
- Construir um muro e deportar meio milhão de pessoas ao mês nos custará centenas de bilhões de dólares, destruirá a vida de comunidades e enviará um sinal ao mundo de que os valores que são importantes para nós já não importam neste país - advertiu Bush.
Antes do debate, Bobby Jindal, governador da Louisiana e que aparece com menos de 1% das intenções de voto, disse que é preciso "parar de tratar Donald Trump como se fosse republicano".
O pré-candidato do partido melhor posicionado nas pesquisas já se declarou democrata no passado, fundamentalmente em uma entrevista de 2004 que tem sido explorada pelos rivais. À época, ele afirmou que "a economia anda melhor com os democratas do que com os republicanos".
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O debate da quarta-feira criou expectativa sobre o desempenho de Carson, um novato no cenário político e que assumiu o segundo lugar nas pesquisas, em algumas delas muito próximo de Trump. Interpretado por Cuba Gooding no filme Gifted Hands: The Ben Carson Story, ele iniciou uma disputa particular com Trump depois de questionar as convicções religiosas do empresário.
Em meio à disputa, Trump avalia que Carson é apenas um médico regular, quando na verdade o pré-candidato é um dos neurocirurgiões mais renomados do mundo, principalmente em razão de suas operações de separação de siameses.
* AFP