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Depois da chuvarada

Nível do Guaíba volta a subir e atinge a marca de 2m83cm

Segundo o Ceic, cheia deve adiar retorno de desabrigados para casas

Bruna Scirea

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Júlio Cordeiro / Fernando Gomes
Montagem de fotos mostra mudança do nível do Guaíba no Cais do Porto

Devido ao temporal que desabou sobre o Estado na noite da última quarta-feira e a instabilidade que persistiu ainda ao longo da quinta, o nível do Guaíba chegou à marca dos 2m83cm, às 13h47min desta sexta-feira - e está apenas seis centímetros a baixo da marca histórica atingida na última segunda, de 2m89cm, o maior registro em 74 anos.

E, para desalento das famílias que seguem fora de casa desde a chuvarada da última semana, as águas seguem subindo. Se passar dos três metros, o Guaíba começa a transbordar novamente.

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Conforme o Centro Integrado de Comando (Ceic), a cheia deve se prolongar e retardar o retorno dos desabrigados para as ilhas da Região Metropolitana e demais localidades atingidas pelas enchentes.

Isso porque, apesar de a chuva ter dado uma trégua - até o início da próxima semana -, as bacias que envolvem o Guaíba também estão cheias, o que deverá contribuir para o aumento no volume da água que chega à Capital. O Rio Jacuí, por exemplo, sobe lentamente entre Rio Pardo e Porto Alegre e há vazão dos rios Caí, Sinos e Gravataí.



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Outros fatores que tornam a situação mais crítica, são o fato de a Lagoa dos Patos estar com o nível também alto, o que dificulta o escoamento das águas e a presença do vento Sul.

Moradora do bairro Cidade Verde, um dos mais atingidos pela cheia em Eldorado do Sul, a agente educacional Úrsula Pedroso, 38 anos, está abrigada desde domingo na casa de uma professora da escola onde trabalha. Na quarta-feira, ela e filha Bibiane, 17 anos, foram até a residência para avaliar a situação e constataram que a água estava baixando. Voltariam para limpar na quinta-feira, mas o temporal que começou na quarta impediu o retorno.

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Bibiane Pedroso, 17 anos, e a mãe, Úrsula, estão fora de casa desde domingo
Foto: Ronaldo Bernardi/Agência RBS

Nesta sexta-feira pela manhã, ao retornarem novamente à casa, enfrentaram a água na altura da cintura. Terão de ficar mais algum tempo longe da residência.

- Preciso do pátio seco para tirar de dentro de casa o que sobrou. Perdemos muitos móveis. Não tenho ideia de quando vamos poder voltar para casa - afirma Úrsula.

Bibiane foi à residência buscar material de estudo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - ela está em busca de uma vaga para o curso de Pedagogia. Com a rotina de preparação para as provas afetada pela cheia, ela terá de estudar na casa da professora.

- Mas a gente fica até sem cabeça para isso - lamenta a adolescente.




* Zero Hora

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