Texto claro, escrito em português correto, com pontuação adequada, abordando objetivamente o tema proposto. A fórmula parece conduzir a um bom desempenho em concursos convencionais, mas não é suficiente no Enem para alcançar os mil pontos, nota máxima da redação. Na hora da correção, os avaliadores esperam encontrar o texto de um candidato que se comporta como um cidadão capaz de analisar e propor melhorias para a temática abordada, que geralmente envolve uma problemática de cunho social. Em 2014, foi "publicidade infantil em questão no Brasil".
- Mais do que uma avaliação do Ensino Médio, a prova é uma avaliação do cidadão. O aluno tem de se portar como uma pessoa crítica e responsável, pensando na sua relação com o próximo - afirma o professor de português e redação do Colégio João XXIII, de Porto Alegre, Rafael Garcia de Oliveira.
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O domínio da escrita formal continua sendo fundamental. No texto dissertativo-argumentativo, exigido pelo Enem, o candidato deve defender uma tese e utilizar argumentos para influenciar a opinião do leitor, tentando convencê-lo de que a ideia apresentada está correta. Tudo isso, sem esquecer o quinto critério de avalição, que pede a elaboração de uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
- Espera-se uma solução real, crítica, cidadã e inovadora. Quanto mais original, melhor - explica Oliveira.
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É necessário cuidado para não cair em um lugar-comum, como esperar que a solução parta apenas do governo. A proposta ideal pode envolver a participação cidadã na resolução dos problemas contemporâneos. Cumprir com esses requisitos é mais fácil estabelecendo uma relação com soluções já existentes, aponta a professora de redação do Universitário Maria Tereza Faria:
- Pode-se dialogar com algo que esteja dando certo e possa ser ampliado, como uma proposta de outro país que possa ser aplicada no Brasil, adaptando-se a nossa realidade - sugere a especialista.
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Além da proposta de "solução", é aconselhado não descuidar de preceitos básicos.
- É preciso clareza, objetividade e argumentos consistentes para defender o seu ponto de vista. É importante variar os argumentos e amarrar uma parte do texto na outra - afirma Maria Tereza.