A Polícia Federal (PF) apreendeu uma cópia da delação premiada do lobista Fernando Baiano no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso preventivamente desde a última quarta-feira. A informação foi confirmada ao jornal O Globo pelo advogado Délio Lins e Silva, que defende o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira Rodrigues.
O conteúdo do documento é mantido em sigilo. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o repasse da delação é fruto de um "canal de vazamento".
Prisões de senador, banqueiro e pecuarista revigoram Lava-Jato
Como foi gestada no STF a prisão de Delcídio
Buscas e apreensões na casa e no gabinete de Delcídio foram autorizadas pela Procuradoria-Geral da República e cumpridas pela PF. Também foram presos o banqueiro André Esteves (dono do Banco BTG Pactual), o advogado Edson Ribeiro (que defendia o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró) e o chefe de gabinete do senador. A alegação é de que eles atuavam de forma organizada e permanente para atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato.
Um dos principais motivos para Janot pedir a prisão do parlamentar foi a informação de que Delcídio tinha, ilegalmente, cópias da delação de Baiano e do rascunho da delação de Cerveró - ambos citaram o senador como suposto beneficiário dos desvios da Petrobras. Em conversa gravada entre Diogo, Edson e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, Delcídio afirmou ter tido acesso à delação de Baiano.
- Nós conseguimos aquilo que dizia respeito a mim - disse.
