
A região de Paris onde ocorreu o ataque terrorista na noite desta sexta-feira foi cenário de um outro massacre há menos de um ano. Em 7 de janeiro, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi, armados de fuzis, invadiram a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, no 11º arrondissement, e mataram 12 pessoas, incluindo uma parte da equipe do semanário e dois agentes da polícia nacional francesa. O motivo seriam as charges sobre o profeta Maomé, consideradas como um insulto pelos muçulmanos.
Entre os mortos, o editor e cartunista Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, o lendário cartunista Wolinski, o economista e vice-editor Bernard Maris e os cartunistas Jean Cabu e Bernard Verlhac, conhecido como Tignous, além do também desenhista Phillippe Honoré. Em 2011, a sede do jornal já havia sido alvo de um ataque a bomba após colocar uma imagem satírica do profeta Maomé em sua capa.
O presidente da França, François Hollande, decretou luto nacional no país no dia seguinte ao atentado. Dias depois, cerca de três milhões de pessoas em toda a França, incluindo mais de 40 líderes mundiais, fizeram uma grande manifestação de unidade nacional para homenagear as vítimas.
Utilizada primeiro nas redes sociais, a hashtag #JeSuisCharlie (#EuSouCharlie) se espalhou rapidamente pela internet e pelas ruas de diferentes cidades da Europa após o atentado, tornando-se um símbolo de solidariedade à publicação e de apoio à liberdade de expressão.