
Dez minutos antes das 14h, um grupo de deputados anti-Dilma do PMDB e de partidos de oposição e situação cruzaram o Salão Verde da Câmara dos Deputados até a Mesa Diretora. Foram protocolar a lista com os 39 nomes que irão concorrer na chapa alternativa para a composição da comissão especial de impeachment.
A revolta que gerou a formação desta nominata paralela teve origem na decisão do líder do PMDB, Leonardo Picciani, de indicar majoritariamente parlamentares governistas para a comissão que irá analisar o pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff. O deputado Lucio Vieira Lima, com apoio do presidente da Casa, Eduardo Cunha, iniciou o movimento de rebeldia contra Picciani, organizando a chapa alternativa.
A votação entre a chapa oficial, onde o Palácio do Planalto interferiu fortemente, e a alternativa, ocorrerá nesta terça-feira. Para uma delas sair vencedora, são necessários 257 votos. A votação, segundo informou Cunha às bancadas, será secreta e em cédulas de papel.
A lista alternativa conta com apoio de 13 partidos, muitos deles ocupantes de ministério no do governo Dilma, como PTB, PP, PSD e o próprio PMDB. O PSB, que se afastou do Planalto antes da eleição de 2014, também aderiu.
Cinco deputados gaúchos estão na lista alternativa: Osmar Terra (PMDB), Jerônimo Goergen (PP), Luís Carlos Heinze (PP), Sérgio Moraes (PTB) e Ronaldo Nogueira (PTB). Dois catarinenses também constam na iniciativa: Mauro Mariani (PMDB) e João Rodrigues (PSD).
- Acreditamos ter chance de alcançar 280 votos em plenário, o que nos daria a vitória. Só o protocolo dessa chapa já foi uma derrota do governo Dilma, que errou novamente com a sua interferência no comando das bancadas. Os líderes já não representam mais os deputados - afirmou Goergen.
O polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), e seu filho Eduardo (PSC-SP), estão na relação, que conta com importantes líderes da oposição como Carlos Sampaio (PSDB-SP), Mendonça Filho (DEM-PE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Marco Feliciano (PSC-SP) é outro nome conhecido e polêmico, vinculado à bancada evangélica.
A lista também traz nomes ligados a Eduardo Cunha, como Paulinho da Força (SD-SP), Manoel Junior e Carlos Marun, ambos do PMDB.
A chapa liderada pelo PT para comissão especial do impeachment conta com 49 nomes.
Veja a lista completa da chapa alternativa
PSB
Fernando Coelho Filho (PE), Bebeto (BA), Danilo Forte (CE), Tadeu Alencar (PE)
PSDB
Carlos Sampaio (SP), Rossoni (PR), Bruno Covas (SP), Nilson Leitão (MT), Paulo Abi-Ackel (MG), Shéridan (RR)
PMB
Major Olímpio (SP)
PPS
Alex Manente (SP)
PSD
Sóstenes Cavalcante (RJ), Evandro Roman (PR), João Rodrigues (SC), Delegado Éder Mauro (PA)
DEM
Mendonça Filho (PE), Rodrigo Maia (RJ)
PMDB
Osmar Terra (RS), Lelo Coimbra (ES), Lucio Vieira Lima (BA), Mauro Mariani (SC), Flaviano Melo (AC), Carlos Marun (MS), Manoel Junior (PB), Osmar Serraglio (PR)
PEN
André Fufuca (MA)
PHS
Kaio Maniçoba (PE)
PP
Jeronimo Goergen (RS), Odelmo Leão (MG), Jair Bolsonaro (RJ), Luís Carlos Heinze (RS)
Solidariedade
Paulinho da Força (SP), Fernando Francischini (PR)
PTB
Benito Gama (BA), Sergio Moraes (RS), Ronaldo Nogueira (RS)
PSC
Eduardo Bolsonaro (SP), Marco Feliciano (SP)