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O Ministério Público Federal (MPF) deve denunciar nesta segunda-feira ex-funcionários da Petrobras que teriam recebido suborno em contratos relacionados com as refinarias de Abreu e Lima (Pernambuco) e de Pasadena (Califórnia, EUA). Caso emblemático da corrupção instalada na Petrobras, a compra da refinaria nos Estados Unidos causou um prejuízo de US$ 792 milhões (cerca de R$ 3 bilhões), segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).
Um dos denunciados deve ser o engenheiro Agosthilde Mônaco de Carvalho, homem de confiança do ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que está preso desde o início do ano pela Operação Lava-Jato. Agosthilde diz ter recebido de Cerveró, no final de 2004, determinação para localizar refinarias de petróleo que estivessem à venda nos Estados Unidos para compra pela Petrobras. O problema é que o negócio se revelou desvantajoso e foi marcado por denúncias de corrupção. Outro que deve ser denunciado é Nelson Martins Ribeiro, apontado como operador do esquema e que chegou a ser preso pela Lava-Jato. Outros três ex-funcionários da Petrobras devem ser enquadrados nessa denúncia.
A investigação sobre Pasadena fez parte da 20ª fase da Lava-Jato, denominada Operação Corrosão e que foi desencadeada em 16 de novembro.
O MPF deve denunciar também esta semana por corrupção e lavagem de dinheiro o pecuarista José Carlos Bumlai, conhecido por ter acesso franqueado ao Palácio do Planalto durante os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bumlai, que está preso em Curitiba, teria fraudado contratos e cobrado propina para intermediar negócios envolvendo navios-sonda de exploração de petróleo. A denúncia deve ficar para a parte final da semana, já que Bumlai depõe nesta segunda-feira na PF.