Um dos autores do principal pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff acolhido nesta quarta-feira pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o jurista Miguel Reale Junior, ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, disse que o peemedebista "escreveu certo por linhas tortas".
- Não foi coincidência que Cunha tenha decidido acolher o impeachment no momento em que deputados do PT decidiram votar favoravelmente à sua cassação no Conselho de Ética. Foi uma chantagem explícita, mas Cunha escreveu certo por linhas tortas - afirmou o jurista.
Reale assinou o pedido em conjunto com os juristas Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. Depois de apresentarem uma primeira versão considerada frágil pelos técnicos da Casa, o trio elaborou um novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e incluiu as chamadas "pedaladas fiscais" (prática de atrasar repasses a bancos públicos a fim de cumprir as metas parciais da previsão orçamentária) realizadas em 2015.