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Em busca de acordo

Governo quer que recesso termine em 10 de janeiro

Interessado em um desfecho rápido do pedido de impeachment, Palácio do Planalto sinaliza um recesso mais curto no Congresso

Carlos Rollsing

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Guilherme Mazui / RBS Brasília

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Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Duas questões dominam o centro dos debates em Brasília nesta segunda-feira, dia de instalação da comissão especial que avaliará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff: a composição do colegiado, que terá 65 membros, e o período de trabalho da comissão.

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Interessado em um desfecho célere, o Palácio do Planalto sinaliza um recesso mais curto no Congresso, pelo qual deputados e senadores retornariam em janeiro. Em reunião com líderes de partidos da base, nesta segunda-feira, o ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, acenou com a parada dos trabalhos na semana do Natal e o retorno em 10 de janeiro.

- Quem decide sobre o recesso são os presidentes das Casas. Para nós, líderes da base, queremos funcionar. Estamos prontos. A opinião da maioria é não ter recesso, apenas até os primeiros dias de janeiro. O país não suporta ficar nessa instabilidade - afirmou o líder do governo na Câmara, José Guimarães, citando que ainda é preciso votar pautas ligadas aos temas orçamentários e a Lei Anti-Terrorismo.



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Os líderes ficaram de consultar suas bancadas. A intenção é buscar um acordo com os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), que podem encurtar o recesso. As férias dos parlamentares costumam se encerrar em fevereiro.

Líder do PSD, Rogério Rosso indicou, após reunião com Berzoini, a possibilidade de acordo para que os deputados voltem do recesso na segunda quinzena de janeiro. Já o deputado Henrique Fontana (PT-RS) foi mais incisivo e garantiu que o desejo é votar o quanto antes o pedido de impeachment, concluindo a apreciação em plenário antes do recesso (ou seja, até 23 de dezembro).

- É possível votar antes da Natal. Por mim, trabalho nos sábados e domingos. A economia do país não pode ficar paralisada - disse Fontana.

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O Planalto quer acelerar a votação, ancorado na convicção de que hoje há menos pressão popular pelo impeachment. Também há preocupação com a estagnação econômica, mas há ponderações.

- Tudo vai depender muito da composição da comissão. A partir de terça-feira, vamos ter um olhar mais claro, também com a definição do relator e do presidente. A estratégia dependerá dessas definições. O que há, hoje, é uma tendência pela aceleração - disse um deputado petista.

O governo também avalia antecipar a defesa de Dilma para acelerar a tramitação do caso. O prazo limite para apresentação das argumentações da presidente é de até dez sessões da comissão especial. Contudo, essa posição dependerá da composição da comissão especial.

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Já o prazo para que partidos indiquem membros para comporem a comissão, que terá 65 membros, termina às 18h desta segunda-feira. Nos bastidores, o Planalto tenta emplacar maioria. Caso o governo fique em minoria na comissão, tentar acelerar o processo poderá significar abreviar o mandato de Dilma. Na oposição, o PSDB trabalha com a ideia de prolongar o processo de impeachment, respeitando o recesso. Seria uma forma de ampliar o desgaste do governo e a pressão popular pela saída de Dilma.

Cunha e Calheiros são os responsáveis por decidir sobre o recesso. Ameaçados por investigações da operação Lava-Jato - o presidente da Câmara é alvo de processo por quebra de decoro na Comissão de Ética -, os dois precisam que acontecimentos paralelos retire o foco deles.

- Quanto mais demorar, mais poder eles terão na mão. Eles não tem interesse em acelerar - analisou um petista.

Nas projeções da tramitação do impeachment, incluindo o recesso mais curto, o pedido seria votado no plenário da Câmara no final de janeiro - são necessários 342 votos para afastar Dilma e levar o julgamento ao Senado.

* Zero Hora

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