
Após reunião com juristas que auxiliam na construção da sua defesa no processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista coletiva no início da tarde desta segunda-feira, que o Congresso deve dar continuidade aos trabalhos, sem o tradicional recesso de janeiro.
- Não deve haver recesso. Não podemos parar o país até 2 de fevereiro - disse a presidente, citando a data de retorno às atividades legislativas.
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A intenção do Palácio do Planalto é de acelerar o processo do impeachment por duas razões. Primeiro porque a situação dramática paralisa o país e prejudica a economia, já em profunda crise. Segundo porque o governo acredita que hoje não há pressão popular suficiente para garantir os 342 votos necessários para o impeachment na Câmara. Essa postura do PT poderá mudar caso o governo fique em minoria na comissão especial do impeachment que será instalada nesta segunda-feira. Na avaliação de Dilma, o máximo que se pode aceitar é um recesso curto apenas para as festas de final de ano. A presidente informou que conversará com o presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre a definição do recesso.
- É justo e legítimo que o Congresso tenha um período de descanso nas festas, Natal, Ano Novo, todo mundo vai passar com as suas famílias - disse Dilma, que ainda citou a necessidade de votar no Congresso as Medidas Provisórias que estão empacadas.
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Sobre a reunião com juristas, a presidente focou sua manifestação na análise das suas contas. Como o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a rejeição do exercício de 2014, ela procurou ressaltar, ainda que indiretamente, que a reprovação somente se confirma com a opinião da Câmara e do Senado.
- As minhas contas, tanto as de 2014 quanto as de 2015, não foram julgadas. Só serão julgadas quando o Congresso Nacional externar sobre elas o seu julgamento.
A petista também comentou os movimentos do vice-presidente Michel Temer, que pode herdar o cargo mais importante do país em caso de confirmação do impeachment. Desde a abertura do processo, Temer silenciou, não saiu em defesa do governo e um dos seus aliados mais próximos, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), deixou o governo.
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- Ele (Temer) sempre foi extremamente correto comigo, não tenho porque desconfiar dele - ponderou Dilma, que pretende se reunir ainda hoje com o vice-presidente.
Ela negou que o PMDB de Temer esteja de saída do governo e afirmou que "não foi comunicada" sobre nenhuma decisão de Padilha de deixar a Esplanada dos Ministérios.
*Zero Hora