
Os deputados Osmar Terra, Darcísio Perondi e Leonardo Quintão, todos do PMDB, protocolaram no final da manhã desta quarta-feira um documento com 35 assinaturas para destituir Leonardo Picciani da liderança da bancada do partido.
Picciani é um aliado do governo Dilma, indicou dois ministros na última reforma administrativa (nas pastas da Saúde e da Ciência e Tecnologia), e pretendia nomear somente governistas para a comissão especial de impeachment. Foi esse posicionamento que provocou rebelião na parcela da bancada anti-Dilma, que emplacou uma chapa alternativa para a comissão de impeachment e, agora, derrubou Picciani.
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Com a mudança, o novo líder da bancada do PMDB será Leonardo Quintão, aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A bancada passará a ser comandada por um grupo hostil ao Palácio do Planalto. O governo Dilma, para atrair o PMDB mineiro, chegou a oferecer a Secretaria da Aviação Civil a Quintão, na vaga de Eliseu Padilha.
- O líder (Picciani) estava tendo um comportamento mais perto dos seus interesses pessoais do que dos interesses da bancada e do partido - afirmou Terra.
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Logo após o protocolo das assinaturas, Picciani deixou a Câmara dos Deputados. Ele caminhou até o seu carro ao telefone e não deu declarações. A sua assessoria informou que ele iria participar de uma "reunião externa", sem indicar o local e interlocutores. Sobre a destituição, foi dito apenas que ele ainda "não tem posição" a externar.
Em entrevista na terça-feira, Picciani havia minimizado o movimento contra ele.
- Falar é uma coisa, fazer é outra. Tenho convicção de que não possuem votos para isso - disse.
Com a mudança, o Planalto terá mais dificuldade para influenciar os rumos do PMDB na discussão do impeachment.
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