O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter preso o presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. A 5ª Turma daquele tribunal, que julga casos da Operação Lava-Jato, recusou habeas corpus impetrado pela devesa de Otávio. Ele continuará cumprindo prisão preventiva num presídio de Curitiba.
Otávio e outros dirigentes da Andrade Gutierrez são acusados de pagar propina para conseguir que sua empreiteira ganhe contratos de obras da Petrobras. Eles estão presos desde junho.
Ao justificar a necessidade de manutenção da prisão, os ministros salientaram que a Andrade Gutierrez participava de um cartel da administração pública, que loteava obras, sem chance para concorrentes. O ministro Félix Fischer disse que uma "eventual soltura do acusado permitiria a reorganização das atividades ilícitas". O ministro Jorge Mussi disse que os executivos da AG praticavam crimes "de forma reiterada e organizada".
O solitário voto pela soltura de Otávio foi do ministro que relatou o habeas, Marcelo Navarro Ribeiro Dantas.
O STJ também negous habeas corpus de Elton Negrão de Azevedo Junior (outro executivo da AG). O julgamento de pedidos de libertação de quatro dirigentes da empreiteira Odebrecht, todos presos, deve ficar para a semana que vem. Entre eles, o presidente, Marcelo Odebrecht.
Lava-Jato avança sobre políticos e setor elétrico
* Estadão Conteúdo
