
A presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábado que não governa o Brasil só para o PT, mas para toda a população. A declaração foi dada em rápida entrevista a jornalistas que a acompanham em viagem ao Chile, diante dos questionamentos sobre a ausência dela na festa de aniversário do partido, marcada para a noite deste sábado.
Dilma disse que governo e legenda são coisas diferentes. Reiterou que não existem mágoas e que "cada um tem a sua verdade". Ela acrescentou que gostaria de ir à celebração de aniversário do partido no Rio de Janeiro, mas a distância entre os dois países é muito longa e são quatro horas de viagem até Brasília.
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– Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros – afirmou.
Ao perceber o impacto da frase entre os que a ouviam, ela fez uma pausa e complementou:
– Eu não governo só para o PT, só para o PSD, só para o PDT, ou só para o PTB, ou só para o PMDB.
Ela disse não acreditar que as relações entre o governo e o PT devam se caracterizar por um posicionamento de adesão sem avaliação crítica. Segundo a presidente, o Partido dos Trabalhadores já havia sido comunicado previamente da impossibilidade de ela comparecer à festa de aniversário, devido aos compromissos no Chile.
Diante da insistência de jornalistas sobre o abismo que as divergências entre PT e governo poderiam gerar, a presidente disse que nenhum dos lados é "dono da verdade".
– Não é pessoal isso. Tem concordâncias, discordâncias, tem propostas diferentes e tem amadurecimento do governo, que não é dono da verdade, nem dos partidos, que são donos de sua verdade. Cada um tem a sua verdade e acha que ela tem que ser externada – acrescentou.
A presidente participou na manhã deste sábado de reuniões com empresários chilenos e seguiu para um almoço com a primeira mandatária do Chile, Michelle Bachelet. Antes de voltar ao Brasil, Dilma encontra com economistas da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal). O embarque para Brasília está previsto para às 17h.
Dilma disse esperar que todos os partidos "de sua base" ajudem a promover esse ajuste e a levar adiante a reforma da Previdência. Na sexta-feira, o PT fez duras críticas a seu plano de ajuste fiscal.
* Zero Hora com agências