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O presidente americano, Barack Obama, destacou nesta quinta-feira que os próximos dias serão cruciais para a Síria, prevenindo o regime de Bashar al Assad e seu aliado, a Rússia, que "o mundo estará observando o cessar-fogo" no país.
- Os próximos dias serão cruciais, o mundo estará observando - declarou Obama após uma reunião de seu Conselho de Segurança Nacional, em Washington, insistindo na responsabilidade de Damasco e Moscou nesta primeira etapa para tentar por um fim ao caos sírio.
Desde que começou em 2011, a guerra na Síria deixou mais de 270 mil mortos e obrigou metade da população a fugir de casa.
Neste conflito, Rússia e Irã apoiam o regime de Bashar al Assad enquanto Estados Unidos, Arábia Saudita e Turquia apoiam os rebeldes.
O cessar das hostilidades deve entrar em vigor à meia-noite do dia 27 de fevereiro e é uma etapa possível para por fim ao caos da região.
- Todo o mundo sabe o que deve acontecer: todas as partes devem por fim aos ataques, inclusive ataques aéreos e deve-se poder realizar a ajuda humanitária nas zonas assediadas. Tudo isto dependerá amplamente do respeito de seus compromissos por parte do regime sírio, Rússia e seus aliados - disse Obama.
O regime de Assad, a oposição, assim como as forças curdas já anunciaram que respeitarão a trégua, apadrinhada pelos Estados Unidos e Rússia, e prevista para entrar em vigor à meia noite local de sábado (19h de sexta).
O acordo de trégua exclui os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e a Frente Al Nosra - braço sírio da Al Qaeda - dois grupos rivais que ocupam grande parte do país. Consequentemente, continuarão sendo alvo de ataques do regime, dos ataques aéreos da Rússia, sua aliada, bem como da coalizão internacional liderada por Estados Unidos.
Americanos e russos seguem trabalhando para definir as modalidades da trégua, cujas complexas condições serão examinadas na sexta-feira, em Genebra, por um grupo de trabalho dirigido por Washington e Moscou e formado pelos representantes dos 17 países membros do Grupo Internacional de Apoio à Síria (ISSG).
Nesta quinta-feira, as forças curdas da Síria anunciaram que respeitarão o acordo de trégua previsto, apesar de enfatizarem que responderão em caso de ataque.
- As Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) dão grande importância ao processo de cessar-fogo anunciado pelos Estados Unidos e Rússia e o respeitaremos, apesar de nos reservamos ao direito de responder ao agressor se nos atacarem - indicou o porta-voz das YPG, Redur Xelil, no Facebook.
- Nossas forças respeitarão o cessar-fogo em caso de aplicação e se reservarão ao direto de legítima defesa - indicaram, por sua parte, as Forças Democráticas da Síria (FDS), uma coalizão dirigida pelas YPG, mas que também inclui combatentes árabes.