
Em reunião com as operadoras de telefonia e TV a cabo na tarde desta quinta-feira, no Centro Integrado de Comando, a prefeitura de Porto Alegre organizou a criação de força-tarefa, que começará a atuar “nos próximos dias”, para fazer uma limpeza nos postes da cidade. No encontro, que contou também com a presença da CEEE, o prefeito em exercício, Sebastião Melo, disse que “foi dado um tempo para a melhoria do serviço”.
Em várias ruas da Capital, um emaranhado de fios fica exposto na rede aérea, alguns deles pendurados. Depois da tempestade da última sexta-feira, essa situação se agravou, com mais cabos pendendo em direção à via pública. A faxina começará nos bairros mais afetados pela tormenta, principalmente o Menino Deus, mas se estenderá para todo o município.
– Elas (operadoras) têm de tirar esses fios acumulados na rede. As empresas foram parceiras na reunião, admitiram que houve descuido – disse Melo.
Leia mais:
Fios subterrâneos: o ideal e o correto
Temporal faz moradores de Porto Alegre reviverem pesadelo de sexta-feira
Em três horas, chuva quase atinge a média do mês em Porto Alegre
Por lei, é tarefa da CEEE cobrar das operadoras a retirada da fiação desativada. Por isso, ela foi chamada à reunião. Melo ainda determinou que o secretário de Obras, Mauro Zacher, suspenda a liberação de novas licenças para que as operadoras instalem redes subterrâneas, de responsabilidade da prefeitura. Já nas aéreas, de propriedade da CEEE, as empresas não sofreram essa interrupção.
Se o trabalho de retirada das estruturas não for feito, a prefeitura irá buscar a aplicação de multas às operadoras. Zacher e o secretário de Urbanismo, Valter Nagelstein, explicam que essa fiação, em parte, está inutilizada. São cabos de serviços de telefonia e TV a cabo que foram colocados e nunca mais retirados, mesmo depois de cancelamentos dos serviços.
– Em torno de 50% da fiação suspensa nos postes hoje é morta, não está funcionando – disse Nagelstein.
Desativados, os fios não são energizados, mas a prefeitura decidiu aproveitar os trabalhos de reconstrução da cidade depois do temporal para dar início a essa força-tarefa.
– Embora não estejam energizados, a população fica com medo de ver fios pendurados – afirmou Zacher, apontando também a questão estética do espaço urbano como motivadora da iniciativa.
Outra atribuição desse grupo integrado por prefeitura, CEEE e operadoras será discutir, a longo prazo, a adoção de um modelo de redes subterrâneas de fios na cidade. A prefeitura também comunicou às operadoras que iniciará uma obra de substituição de 900 postes e 1,5 mil luminárias no Centro Histórico de Porto Alegre.
Hoje, essas estruturas, de responsabilidade da administração municipal, são utilizadas indevidamente pelas empresas para a instalação de cabos. Agora, foram avisadas de que isso não poderá se repetir.
– O que já está colocado, vamos retirar junto com os postes, que vamos trocar porque já superaram a vida útil. As lâmpadas de sódio serão substituídas pelas de LED, que duram mais e gastam 40% a menos. Depois disso, as operadoras não poderão mais colocar fios nesses postes. Terão de buscar alternativas pela via subterrânea ou antenas – explicou Zacher.