

Após tiroteios e um assassinato na mesma rua, a Escola Estadual Erico Verissimo, no bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre, vai mudar os horários de funcionamento e abrir apenas duas horas por turno a partir desta quarta-feira. A instituição teve de fechar as portas três vezes em oito dias por causa da violência no bairro. As informações são da Rádio Gaúcha.
A orientação para reduzir as aulas em duas horas foi dada pela Secretaria Estadual de Educação. Os turnos reduzidos serão entre 9h45min e 11h45min para os estudantes da manhã, e 13h15min e 15h15min durante a tarde. Os 551 alunos da instituição não terão intervalo entre períodos.
A determinação não tem data para terminar. O prazo, conforme nota publicada pela escola no Facebook, é "até que a situação de violência se normalize no bairro". No dia 6 de abril, a Secretaria de Educação se reúne com a Secretaria de Segurança Pública para pedir mais segurança na escola.
Na manhã de terça-feira, moradores do bairro Jardim Carvalho foram acordados com intenso tiroteio na região. Alguns relatam que foram entre 20 e 25 minutos de disparos de arma de fogo. A polícia esteve no local e encontrou mais de 30 cápsulas em ruas da chamada Vila Ipe 1. Um dos moradores teve a janela alvejada por tiro e outros gravaram áudios e vídeos. Eles destacam que os tiros têm sido constantes neste ano.
Nas redes sociais, moradores descreveram a situação que enfrentaram hoje. Um deles chegou a relatar que viu um grupo de 15 criminosos armados gritando pelas ruas que a região agora "tinha dono".
Na última noite, a Brigada Militar prendeu quatro homens e apreendeu dois fuzis, uma submetralhadora, uma espingarda e colete balístico. As prisões foram na mesma rua da instituição. Os homens estavam rondando a região.
Ações de segurança
O comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar, Egon Kvietinski, disse que enviou diversas vezes uma viatura do Patrulha Escolar para a instituição nos últimos dias. Hoje, ele garantiu que a viatura estará no local nas entradas e saídas de turnos.
No entanto, o tenente-coronel disse que tentou se reunir com a direção da escola e oferecer viaturas, mas não houve resposta. O comandante irá buscar uma reunião com a Coordenadoria Regional de Educação para se reunir com a escola, a Secretaria de Educação e a BM.
* Rádio Gaúcha