Um tribunal da Argentina condenou nesta segunda-feira a 12 anos de prisão Marcos Levín, proprietário de uma empresa de ônibus, por cumplicidade com a ditadura no país (1976-1983). Essa é a primeira decisão contra um empresário por crimes durante o regime militar.
Segundo o Centro de Informação Judicial (CIJ), Levín, proprietário da La Veloz del Norte, empresa de ônibus da província de Salta, foi condenado pelo sequestro e tortura do sindicalista Víctor Cobos. O caso ocorreu em janeiro de 1977.
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Além do empresário, foram condenados os policiais reformados Víctor Hugo Almirón e Víctor Hugo Bocos, ambos a 12 anos de prisão, e o policial Víctor Cardozo, a oito anos de detenção.
De acordo com o processo, Levín, que era presidente da Federação de Empresários do Transporte de Salta (Festap) e proprietário da maior empresa do setor na província, "se valeu da estrutura repressiva para disciplinar seus funcionários e obteve benefícios das autoridades ditatoriais para ampliar" os seus negócios.
Os fatos remontam ao início da década de 1970, quando se organizou o sindicato do setor rodoviário em Salta, a 1,6 mil quilômetros ao norte de Buenos Aires, e em outras províncias do norte argentino, que passaram a exigir melhores condições de trabalho.
Antes do golpe de Estado de 1976, a Festap pediu à polícia provincial que aplicasse ao sindicato a chamada lei anti-subversiva, que permitia às forças armadas reprimir a violência política.
Em janeiro de 1977, Levín denunciou em uma delegacia de Salta um desfalque em sua empresa e entregou uma lista de 20 empregados supostamente envolvidos na manobra, o que provocou a prisão de 16 pessoas, que confessaram sob tortura.
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