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Um grupo de 10 mil pessoas, conforme cálculos da Brigada Militar (50 mil, de acordo com organizadores) fez manifestação em defesa ao governo de Dilma Rousseff nesta sexta-feira, na esquina da avenida Borges de Medeiros e a Rua dos Andradas, no centro da Capital.
Aos gritos de "Não vai ter golpe, vai ter luta", os manifestantes começaram a se concentrar às 16h30min, e o grupo ganhou corpo após as 18h com a chegada de membros do Movimento dos Sem Terra (MST) vindos do Interior.
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Em torno de um carro de som sobre o qual se revezavam líderes de partidos políticos e organizadores da manifestação, os participantes atacavam principalmente a "direita", o Judiciário e a imprensa. Em muitas ocasiões, políticos tomavam os microfones para trazer à tona o Golpe de 64, comparando-o ao atual momento político do país.
– Existem semelhanças ao que está acontecendo agora, com muitas forças sociais inconformadas com uma sociedade mais igualitária – dizia a professora de sociologia da Ufrgs Lorena Holzmann, filiada ao PT, referindo-se à classe média, ao empresariado e a alguns políticos.
Tal como Lorena, muitos dos manifestantes eram filiados ou simpatizantes do Partido dos Trabalhadores, empunhando bandeiras e vestindo camisas identificadas com o partido. Também havia grande adesão de membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Via Campesina e MST. Muitos cartazes denunciavam um "golpe da toga" e criticavam veículos da imprensa, inclusive o Grupo RBS.
Ao discursar no carro de som, o ex-governador Tarso Genro foi ovacionado ao condenar o golpe "midiático-direitista" e defender a democracia.
– Vamos dar a eles uma aula de democracia, de resistência e mobilização – disse Tarso.
A deputada estadual Manuela D'Avila (PCdoB) e o presidente do PT no Rio Grande do Sul, Ary Vanazzi, defenderam a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula e pediram respeito ao resultados das eleições. Por volta das 19h30min, os manifestantes iniciaram deslocamento em direção ao Largo Zumbi dos Palmares, onde houve a dispersão.