
Na reunião que teve com prefeitos nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff criticou o que considera exageros da nova fase da Operação Lava-Jato, que teve a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Presente no encontro, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), narrou a fala da presidente, em tom de desabafo, na reunião realizada no Palácio do Planalto.
Leia mais
Instituto Lula e empresa de palestras de ex-presidente tiveram sigilos quebrados
"Esta pergunta não está à altura dos problemas do país", afirma Lula sobre pedalinhos
Leia a íntegra da nota do MPF sobre investigação contra Lula
– Ela não concorda com a forma com que isso está acontecendo. É exagerado, o presidente Lula nunca se negou a depor, usou os mecanismos legais para que seus depoimentos fossem colhidos ou não. Sempre foi ao Judiciário. Ela entende que houve um exagero dessa condução forçada do presidente Lula hoje pela manhã – disse o prefeito. – A presidente fez uma avaliação inicial sobre o momento, protestou porque acha que as coisas estão fugindo um pouco da normalidade do Estado Democrático de Direito. Ela lamentou que isso esteja acontecendo.
Na reunião, Dilma também comentou sobre a delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (licenciado do PT-MS). Segundo relatos de prefeitos, a presidente evitou adjetivos pejorativos, mas desqualificou o parlamentar, que estaria retaliando o governo e o PT porque esperava ter sido salvo da Lava-Jato.
Dilma reforçou o apelo para que os prefeitos se empenhem na aprovação da CPMF no Congresso, cobrando as bancadas de seus Estados. O retorno da contribuição seria a forma de colocar as contas em dia e projetar a retomada da economia.
A presidente ofertou uma CPMF de 0,38%, dividida entre União (0,20%), Estados (0,9%) e municípios (0,9%). Dilma lembrou que, caso a contribuição não seja recriada, o governo terá de aumentar outros impostos, que só trariam arrecadação para União.