Depois de mais de quatro horas de conversa na noite de terça-feira, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltam a se reunir no Palácio da Alvorada na manhã desta quarta. Lula chegou por volta das 9h. Também estão no Alvorada os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, da Fazenda, Nelson Barbosa, e da Educação, Aloizio Mercadante.
Até o momento, nenhuma informação sobre o teor das discussões foi divulgada. Desde a véspera, a possibilidade de Lula ser nomeado ministro de Dilma repercute entre deputados favoráveis e contrários ao governo. Os petistas apoiam a iniciativa por conta da habilidade política do ex-presidente, enquanto os oposicionistas classificam a hipótese como tentativa de blindá-lo das investigações da Operação Lava-Jato.
Leia mais
PGR pedirá investigação de Lula, Temer, Mercadante e Aécio, diz jornal
Entenda o que o STF julgará sobre o rito do impeachment
As peças abaladas pela delação do ex-petista Delcídio Amaral
Lula chegou a Brasília no meio da tarde de terça-feira e, antes de se reunir com a presidente, recebeu alguns parlamentares petistas no hotel em que está hospedado. De acordo com o senador Lindberg Farias (PT-RJ), que esteve no encontro, a ocupação de um ministério por Lula "aumenta muito a articulação política do governo" e faria com que o governo saísse "fortalecido na batalha do impeachment".
Outro assunto de grande repercussão política na terça-feira em Brasília foi a delação do senador Delcídio Amaral (MS), homologada pelo Supremo Tribunal Federal. No depoimento, o parlamentar cita nomes do governo e da oposição que, segundo ele, estariam envolvidos em esquemas de corrupção na Petrobras e em outras empresas públicas. O senador está em processo de desfiliação do PT.
Na terça-feira, Dilma afirmou, em nota, que repudia "com veemência e indignação" a tentativa de envolvê-la no que classificou de "iniciativa pessoal" do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de conversar com o senador Delcídio do Amaral (MS). Na delação, o senador afirma que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ofereceu ajuda financeira para evitar a delação.