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Denunciado pelo Ministério Público por crimes supostamente cometidos em seu gabinete, o deputado Mário Jardel (PSD) disse, nesta terça-feira, estar com a "consciência tranquila" e que entregou seu futuro "nas mãos de Deus". Jardel falou sobre o caso pela primeira vez durante sessão plenária que aprovou reajuste de 9,6% no piso regional.
– Minha consciência está tranquila. Vou continuar trabalhando aqui na Assembleia. Confio muito em Deus. Entrego meu futuro nas mãos de Deus – afirmou o parlamentar.
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Em relação ao processo interno de análise das denúncias, o deputado preferiu não se manifestar.
– Procure meu advogado. Podes falar com ele. Minha defesa já foi entregue. Agora, quem vai julgar são as pessoas da comissão – disse.
Após três meses de investigações, o Ministério Público apresentou, na segunda-feira, a denúncia contra o deputado Mário Jardel (PSD) e outras 10 pessoas por crimes supostamente cometidos no gabinete do parlamentar entre fevereiro e novembro do ano passado. Entre os denunciados, estão ex-assessores de Jardel, a sua mulher, Sandra Paula Aguiar de Souza, o irmão, César Ribeiro Júnior, e um homem acusado de tráfico de drogas.
Segundo o MP, o deputado comandava uma organização criminosa que tinha como objetivo obter vantagem financeira às custas dos cofres públicos. Jardel é acusado de exigir parte dos salários de servidores do gabinete, além de falsificar diárias e relatórios de indenização veicular. O Ministério Público calcula que o valor desviado no período, e que teria o parlamentar como principal destinatário, seja de cerca de R$ 212 mil.
A denúncia foi encaminhada pelo procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, ao presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Felipe Difini. No documento, Dornelles detalha como funcionava a quadrilha e ressalta que as irregularidades não se restringiam à exigência dos salários dos servidores e à falsificação de documentos. O MP confirmou a existência de pelo menos três funcionárias-fantasmas no gabinete de Jardel. As três repassariam parte dos vencimentos à esposa do parlamentar, que acabou denunciada.
A inclusão do irmão do deputado na denúncia ocorreu porque, segundo a investigação, prestações do aluguel de um apartamento no qual ele mora foram pagas com dinheiro desviado.
*Zero Hora