
Durante cinco horas, manifestantes ocuparam boa parte da orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, para protestar contra o governo Dilma Rousseff (PT). A Polícia Militar fluminense não fará estimativa do público, que chegou a ocupar 10 quadras ao longo da Avenida Atlântica. Os organizadores estimam que 1 milhão de pessoas participaram dos atos. A Polícia Militar não divulgou números.
Cada um dos cinco grupos organizadores fez discursos inflamados contra Dilma e o PT, e a maioria do público exibia camisas amarelas ou com frases contra o governo ou de apoio ao juiz federal Sérgio Moro, que atua na Operação Lava-Jato.
Em uníssono, todos vaiaram uma faixa onde se lia "Não vai ter golpe", puxada por um avião que sobrevoava a orla contratado pela Frente Brasil Popular, grupo contrário ao impeachment.
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Bonecos infláveis do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva representado como presidiário eram vendidos por R$ 10. Um rapaz vestido como Lula e com trajes de presidiário fazia sucesso entre os manifestantes.
Também havia faixas e fotos de Moro, e pelo menos três grupos defendiam a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) para presidente da República.
A Polícia Militar informou que não fará o cálculo de estimativa de público. A informação foi passada por um policial presente ao ato.
Artistas participam de manifestação
Nas redes sociais, artistas publicaram fotos à caminho dos protestos no Rio de Janeiro. A atriz Susana Vieira foi vista em Copacabana com uma camiseta com a hashtag #MoroBloco. O Ator Marcio Garcia também postou uma imagem com outras celebridades vestidas de amarelo.

Grupos se envolvem em discussão
Uma discussão ao microfone envolveu dois grupos que protestam contra o governo federal na avenida Atlântica, em Copacabana. Não previsto até a última sexta-feira, o carro de som do Foro do Brasil-RJ parou menos de cem metros atrás do carro do grupo Brasil Democrata.
Os líderes do Brasil Democrata reclamaram, e representantes do outro grupo retrucaram, negando-se a mudar de posição na orla. Após cerca de cinco minutos, a discussão acabou sem que os carros se distanciassem.
O Foro do Brasil-RJ defende "intervenção militar já". No carro de som e no chão da avenida Atlântica, foram espalhados cartazes de apoio à Polícia Militar e às Forças Armadas. Uma das canções tocadas pelo carro é Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, música que durante a ditadura militar (1964-1985) representava o combate aos militares.
Veja imagens de manifestações no Rio de Janeiro:
Ato da CUT pró-Dilma não acontece
O maior ato a favor da presidente Dilma Rousseff, no Rio de Janeiro, marcado pela CUT-Rio para este domingo, no Parque de Madureira, na zona norte da cidade, não aconteceu. Estava prevista uma ação cultural no local, às 10h, mas até as 12h ninguém havia chegado.
Coordenadores do movimento justificaram que, por conta das fortes chuvas que atingiram a cidade, na noite deste sábado, houve uma desmobilização da atividade. Antes do horário marcado, cerca de 10 pessoas da CUT panfletavam na porta do parque.
Apesar disso, houve um reforço da Polícia Militar no local, com quatro viaturas. Dois carros ficaram nas portas do parque e outros dois dentro do local.
Outros eventos, porém, ainda estavam programados para a tarde deste domingo, como uma roda de samba também em Madureira e um chorinho na Praça São Salvador, no Largo do Machado, na zona sul da cidade. A direção da CUT decidiu, na semana passada, não fazer nenhuma manifestação em favor do governo neste domingo para evitar confrontos. Por isso, marcaram participações em eventos culturais pela cidade.