
O ex-presidente Lula voltou a disparar críticas ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira. Em palestra durante o seminário "Democracia e Justiça Social", em São Paulo, o petista disse que Dilma não cometeu crime de responsabilidade e comparou o processo ao golpe militar de 1964. As informações são do blog Cenário Político, da Rádio Gaúcha.
– Tirar Dilma é o maior ato de ilegalidade desde 1964, no golpe militar. Naquele tempo, era um gesto de força dos militares. Hoje, é um gesto de livre e espontânea vontade da direita. Querem eleger um presidente pela via indireta. Nós, do PT, vamos resistir, lutar. Com a democracia, não se brinca – afirmou.
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Em sua fala, Lula também atacou diretamente o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ex-presidente reforçou a tese já defendida pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, de que o processo de impeachment foi aberto por vingança do peemedebista.
– Quando os deputados do PT se recusaram a acobertá-lo no Conselho de Ética, o presidente da Câmara abriu o procedimento de impeachment. Essa operação foi comandada pelo presidente da Câmara, réu em dois processos por corrupção, investigado em quatro inquéritos – avaliou.
O ex-presidente teceu críticas também aos parlamentares que participaram da sessão que aprovou o impeachment da presidente no plenário da Câmara dos Deputados no último dia 17. Na avaliação de Lula, foi um "deprimente espetáculo".
– Corruptos clamando contra a corrupção. Oportunistas exercitando o cinismo e a hipocrisia, e alguns defendendo tortura e ditadura. O mundo assistiu ao deprimente espetáculo na sessão da Câmara dos Deputados que votou a abertura do impeachment – declarou.