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Crise em Brasília

Vídeo: o Congresso que ninguém vê

Repórter traz cenas exclusivas de Brasília na semana que antecede a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara

Paulo Germano

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A sirene da polícia e o corre-corre em frente ao Congresso apavoraram a dona Branca Rodrigues, uma baiana de 49 anos que trabalha de camelô sem alvará. Dona Branca, antes do alvoroço de ontem à tarde, comemorava a perspectiva de aumento nas vendas: 400 mil pessoas devem tomar a Esplanada dos Ministérios nesta semana, dividindo-se entre manifestantes contrários e favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff.

– A gente se preocupa mais em ganhar um dinheirinho do que em torcer para um lado – dizia ela, apresentando miniaturas que reproduzem os prédios dos Três Poderes.

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Mas, agora, a sirene se aproximava, e dona Branca se afastava. Nossa equipe correu até o local do furdunço e viu uma garota com um megafone. Era ela quem simulava o som da polícia. A dois passos da menina, estacionava uma réplica de camburão, e dele pulou um homem fantasiado de pixuleco, o já famoso Lula vestido de presidiário.

– Não me prendam, não me prendam! – debochava Vinícius Carvalho, um analista financeiro de 24 anos que pagou R$ 2,6 mil pela roupa de plástico.

Nos próximos dias, em textos e vídeos no site de ZH, eu e o repórter fotográfico Anderson Fetter mostraremos cenas como essa. Cenas que a maioria dos jornalistas, absorvida pela pauta da Câmara e do Planalto, não terá tempo de mostrar. Cenas que dão voz a pessoas como dona Branca, que, se não estiver muito traumatizada, volta hoje ao trabalho.

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