Mariana Furlan
Mais dois agentes da Delegacia de Pronto Atendimento de Alvorada (DPPA) foram presos durante o final de semana como resultado da apuração interna da Polícia Civil contra policiais que extorquiam presos e familiares no momento de suas prisões na cidade. Os policiais, que faziam parte de uma das equipes de plantão da DPPA teriam cobrado R$ 1 mil dos parentes de um homem conduzido àquela delegacia em maio. Os parentes conseguiram arrecadar R$ 800 e liberaram o detido.
– Foi o caso de um homem conduzido à delegacia e que, pelo tipo de caso, nem deveria ser preso. Os agentes, no entanto, enganaram os familiares e passaram a exigir um valor para liberar o homem da prisão – explica o delegado Marco Antônio Duarte de Souza, que comanda a investigação conjunta com o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Civil, pela Delegacia Regional Metropolitana.
Com as prisões dos dois policiais, já são cinco agentes que atuavam nesta DPPA presos envolvidos em extorsões. Em junho, um delegado e dois agentes foram presos pelo mesmo motivo.
– Os presos desta vez eram de outra equipe de plantão. Acredito que agora chegamos a todos os agentes envolvidos em extorsões, mas ainda apuramos mais fatos. As investigações prosseguem – garante o delegado.
Desde que o caso veio a público, as denúncias também aumentaram. Entre os casos apurados, mais uma extorsão cometida pelo delegado e sua equipe ficou comprovada. Em janeiro deste ano, diante de um caso de acidente de trânsito com a comprovação de embriaguez do motorista, foi arbitrada pelo delegado plantonista suspeito de extorsão uma fiança de R$ 800 no papel. Na prática, ele e os agentes teriam exigido R$ 1,5 mil do motorista. E outros R$ 1,5 mil do carona que, teoricamente, não teria qualquer implicação na ocorrência.
Os dois teriam pago o valor exigido e foram liberados. Com isso, a Polícia Civil solicitou novas prisões do delegado e dos dois agentes já presos desde o mês passado.
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