Kamila Mendes
Shanti, Iori e Edgar. Três cães de raça pequena, dóceis e que desde filhotes já conviviam com uma família amorosa. Eles não se conhecem, mas, por conta de uma crueldade, agora integram a mesma lista: a dos animais de estimação furtados, crime que ganhou visibilidade nos últimos meses. Somente entre maio e junho, ladrões levaram pelo menos seis animais em Caxias do Sul e Farroupilha.
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O número pode ser pequeno diante do aumento significativo de outros tipos de crimes, como homicídios e assaltos a pedestres, mas serve de alerta, já que os furtos dos bichos têm dois motivos: venda ilegal ou a possibilidade de extorquir os donos.
No início de agosto, a Polícia Civil de Caxias resgatou a pug Malu, que também havia sido furtada. Depois de três meses longe de casa, a cachorrinha foi localizada após denúncias e um mês de investigação.
Crime de oportunidade
De acordo com a delegada Thaís Norah Sartori Postiglione, do 2º Distrito Policial, ainda não é possível afirmar que exista um grupo especializado no furto de animais domésticos na cidade.
– Este é mais um dos casos em que os criminosos agem muito por oportunidade. Deixar o animal, principalmente de raça, sozinho dentro do carro ou visível na frente de casa, desperta a atenção do ladrão que está em busca daquele tipo de bicho para fazer dinheiro (raças como shih tzu, pug e lulu da pomerânia, por exemplo, chegam a custar até R$ 5 mil), seja vendendo, procriando ou cobrando resgate – explica a delegada.
Foi o que aconteceu com a shih tzu Shanti. A cachorrinha foi furtada de dentro do carro da família no mês de maio, em Caxias.
– Foi questão de minutos. Estacionei em frente ao Hospital da Unimed para pegar um exame. Como era caminho para ir até a casa da minha mãe e eu iria para lá depois, não quis deixar a Shanti em casa sozinha. Quando voltei, o vidro do carro estava quebrado. Levaram objetos de valor, mas nos tiraram o nosso bem mais precioso. A Shanti foi arrancada da coleira e desde lá não tivemos mais notícias – conta Leonardo Machado, 36 anos.