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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu filho Luis Cláudio Lula da Silva e mais duas pessoas se tornaram réus na Operação Zelotes, que investiga um esquema de manipulação do trâmite de processos e no resultado de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda para onde os contribuintes vão quando desejam contestar multas com o Fisco.
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A denúncia foi oferecida na semana passada pelo Ministério Público Federal (MPF) e aceita pelo juiz Vallisney Souza Oliveira, da Justiça Federal do Distrito Federal. Todos os réus responderão pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O caso
Segundo o MPF, os denunciados estão envolvidos em negociações irregulares que levaram à compra, junto à empresa sueca Saab, de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627, entre os anos de 2013 e 2015.
Ainda conforme o MPF, Lula se aproveitou da condição de ex-presidente para realizar um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas que seriam clientes da Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia LTDA (M&M). O casal dono da M&M, Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, também foram denunciados.
Contraponto
Na semana passada, quando foi denunciado, a assessoria de comunicação de Lula, por meio de nota, afirmou que a denúncia "ofertada pelo Ministério Público Federal contra o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho Luis Claudio Lula da Silva, dentre outras pessoas, baseia-se em procedimentos que tramitavam de forma oculta e sem acesso à defesa".
Ainda segundo o comunicado, "nem o ex-presidente Lula nem seu filho participaram ou tiveram conhecimento de qualquer ato relacionado à compra dos aviões caças da empresa sueca SAAB, tampouco para a prorrogação de benefício fiscais relativos à Medida Provisória citada pelo MPF".
*Zero Hora com agências