Milhares de norte-coreanos desfilaram em Pyongyang cantando glórias ao dirigente Kim Jong-Un, que, em seu discurso de Ano Novo, se ufanou da iminência de um teste de míssil balístico intercontinental.
"Longa vida ao camarada Kim Jong-Un!", gritavam os manifestantes reunidos na praça Kim Il-Sung de Pyongyang sob um frio polar e onde as manifestações são rigidamente controladas pelas autoridades.
Kim Jong-Un, herdeiro de uma dinastia que controla com mão de ferro a Coreia do Norte desde os anos 1950, celebrou no domingo o Ano Novo com um discurso amplamente dedicado aos programas balísticos de seu país.
Afirmou que a Coreia do Norte estava nas últimas etapas antes do disparo de um míssil intercontinental capaz de alcançar o território americano.
"A população deve considerar a alocução do Ano Novo de Kim Jong-Un como um 'leitmotiv' para a vida e a luta", declarou uma fonte norte-coreana durante a manifestação, que aconteceu na noite de quinta-feira.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, por sua vez, afirmou na segunda-feira que nenhum míssil norte-coreano atingirá o território americano.
"A Coreia do Norte acaba de afirmar que se encontra nas fases finais de desenvolvimento de uma arma nuclear capaz de alcançar zonas dos Estados Unidos. Isto não ocorrerá!" - escreveu Trump no Twitter.
Kim garantiu em sua mensagem de Ano Novo que a Coreia do Norte é agora uma "potência militar do Leste que não pode ser alcançada, mesmo pelo inimigo mais poderoso".
Pyongyang realizou dois testes nucleares e numerosos lançamentos de mísseis em 2016, com o objetivo de desenvolver um sistema de armas atômicas capaz de atingir o território continental dos Estados Unidos.
Para a vizinha Coreia do Sul, Trump lançou uma "clara advertência" à Coreia do Norte em relação ao programa nuclear do país comunista.
Washington prometeu várias vezes que não permitirá que a Coreia do Norte se torne um Estado nuclear, mas nunca Donald Trump tinha demonstrado de forma tão clara sua postura a respeito.
"A mensagem do presidente eleito Trump é importante, já que se trata de sua primeira menção ao programa nuclear norte-coreano e pode ser considerada uma clara advertência", disse à imprensa Cho June-Hyuck, porta-voz do ministério sul-coreano das Relações Exteriores.
Os analistas estão divididos sobre a capacidade real da Coreia do Norte para se dotar de uma ogiva nuclear, mas todos concordam que Pyongyang tem obtido enormes progressos neste sentido desde que Kim Jong-un sucedeu seu pai, Kim Jong-il, falecido em dezembro de 2011.
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