Em meio a protestos contra as reformas trabalhista e da Previdência, a cidade de São Paulo amanheceu, nesta quarta-feira, sem o serviço dos trens do metrô, que atendem diariamente a cerca de 3,2 milhões de pessoas, e com quase toda a frota de ônibus parada. Houve também vários bloqueios no trânsito provocados pela paralisação nacional. Por volta das 6h25min, no entanto, foi acionado o Plano de Contingência do Metrô para que os passageiros voltassem a ser atendidos, ainda que parcialmente, nas linhas 1-Azul (ligação da zona norte com a sul), 2-Verde (região da Avenida Paulista) e 3-Vermelha (ligação leste-oeste).
Nesse horário, já era normal o funcionamento da Linha 5 Lilas, que atende à população da zona sudoeste, e da Linha Amarela (que liga a Estação da Luz à região dos bairros de Pinheiros e do Butantã). A única que permanecia parada era a Linha 15-Prata, que faz a ligação entre a zona sul e a zona leste. A oferta dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) se manteve normal.
A decisão dos metroviários de aderir ao ato nacional contrariou decisão da Justiça. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) havia determinado a manutenção do funcionamento pleno das atividades nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e de 70% nos demais horários. O descumprimento implica pagamento de multa de R$ 100 mil por dia.
Pontos lotados
Em consequência da falta de alternativas, passageiros lotavam os pontos de ônibus em vários locais e muitos moradores tiraram o carro da garagem, provocando um congestionamento acima do normal. Para facilitar os deslocamentos, a prefeitura liberou o rodízio de veículos, o uso dos corredores de ônibus e a gratuidade nos estacionamentos da zona azul.
Por volta das 7h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 118 quilômetros de lentidão na região do centro expandido. Em média, o motorista gastou cerca de meia hora a mais do que o normal para percorrer, por exemplo, a Marginal Tietê nos dois sentidos.
Além de mais carros nas ruas, o congestionamento também foi provocada por bloqueios de vias em função de manifestações, em pelo menos cinco pontos – um deles, na Avenida Nações Unidas, rumo à rodovia Castelo Branco.
Manifestantes fazem protesto na Via Dutra
O congestionamento na rodovia Presidente Dutra, que liga a capital paulista ao Rio de Janeiro, chegava a quase 15 quilômetros entre Guarulhos e São Paulo por volta das 8h desta quarta-feira. Manifestantes contra as reformas trabalhista e da Previdência bloqueavam totalmente a pista na altura do km 229, no sentido da capital, desde o início da manhã.
O protesto é organizado por movimentos sociais. As outras rodovias que passam por São Paulo tinha fluxo normal de veículos neste horário.
Um protesto também paralisava às 8h a Ponte João Dias, na zona sul, no sentido centro. Manifestantes bloqueiam três faixas. O Congestionamento ultrapassa quatro quarteirões e a Polícia Militar acompanha ato, até agora pacífico.
Circulação de ônibus em SP estará normalizada às 10h, prevê secretário
O secretário municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo, Sérgio Avelleda, disse à Rádio Estadão, que, até às 10h, a circulação dos ônibus deverá estar normalizada na capital paulista. Segundo ele, todas as empresas começaram a retomar o serviço a partir das 8h, com exceção da Sambaíba, que atende a zona norte da cidade.
Às 8h30min, 29 terminais já estavam abertos e cinco permaneciam fechados. No mesmo horário, o metrô funcionava parcialmente.