A tensão em Cachoeirinha se intensificou na manhã desta quinta-feira. Em greve desde o início do mês, servidores municipais protestavam em frente à Câmara de Vereadores contra a votação do pacote de corte de gastos enviado pela prefeitura, quando a Brigada Militar interveio com bombas de efeito moral e balas de borracha.
Aproximadamente 15 manifestantes, segundo o sindicato dos municipários, precisaram de atendimento médico, a maioria por mal-estar causado pelo gás lançado, mas algumas também foram feridas por balas de borracha.
Conforme a BM, pelo menos três pessoas foram detidas por dano ao patrimônio público, pois teriam tentado invadir a Câmara, derrubando gradis e quebrando vidros, e também por resistência e desacato à autoridade.
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Na pauta da Câmara nesta manhã estava uma das medidas mais contestadas pelo funcionalismo - sobre cortes no vale-alimentação - e que foi aprovada pelos parlamentares por 14 votos a favor e 2 contrários. Atualmente, todos os servidores recebem 24 vales de R$ 25 por mês. Pela proposta do Executivo, aqueles com salários acima de R$ 2 mil passarão a receber vales de R$ 20.
Desde o início da greve, no dia 6 de março, a rotina da cidade foi alterada. O horário das aulas foi reduzido e o atendimento nos postos de saúde também foi modificado. Na segunda-feira, um grupo de funcionários do município iniciou greve de fome. Desde quarta-feira, cerca de 15 grevistas ocupam a Câmara e outro grupo se mantém na frente do local.
No pacote de ajuste fiscal proposto pelo prefeito Miki Breier (PSB), outras medidas contestaram já obtiveram aval dos vereadores: cortes em secretarias, de cargos em comissão (CCs) e em bonificações, e mudanças no plano de carreira do funcionalismo.
A nova gestão municipal alega que os projetos encaminhados servem para retomar o equilíbrio financeiro. Hoje, 60% das receitas da cidade são usadas para quitar despesas com pessoal. Para reduzir este número, que descumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal, a administração apresentou o pacote.
Por duas vezes em menos de um mês – a última foi há dois dias –, a sede da prefeitura foi invadida e sofreu atos de vandalismo e roubo. A polícia investiga se os casos têm ligação e se podem ter sido realizados em retaliação às medidas de ajuste propostas pelo Executivo.
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