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O senador Aécio Neves (PSDB-MG) anunciou neste sábado que pedirá ao ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o acesso às delações dos executivos da Odebrecht. O pronunciamento do parlamentar é uma reação às denúncias apresentadas neste fim de semana pela revista Veja de que ele teria recebido propina da empreiteira. Ele nega ter recebido recursos ilícitos da empresa.
"Para que a verdade fique clara, estou peticionando ao ministro Fachin que permita acesso às delações premiadas para que eu possa me defender", escreveu.
Segundo a publicação, o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Junior afirmou em delação que a construtora baiana fez depósitos para o senador em conta sediada em Nova York e operada pela irmã do senador, Andrea Neves.
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De acordo com a BJ, como é conhecido o delator, os valores foram pagos como "contrapartida" ao atendimento de interesses da construtora em empreendimentos como a obra da Cidade Administrativa do governo mineiro, realizada entre 2007 e 2010, e a construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no Estado de Rondônia. A revista não cita valores.
Na delação, BJ falou da conta e dos repasses. As informações foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal, mas ele ainda precisa comprovar o que disse.
Ainda de acordo com Veja, BJ era amigo de Aécio e frequentemente era visto jantando com o senador no Rio. Seis dos 83 inquéritos que a Procuradoria-Geral da República pediu para abrir com base nas delações da empreiteira se referem a Aécio.
Por meio de sua assessoria, Aécio Neves disse que a acusação é "falsa e absurda". "Se confirmadas tais declarações - vazadas ilegalmente -, elas precisam necessariamente de comprovação, dada a gravidade de seu conteúdo", afirmou.