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O domingo está sendo marcado por protestos em vários pontos do Brasil pedindo a saída do presidente Michel Temer. Houve manifestações em Brasília (DF), no Rio de Janeiro (RJ), em Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO) e Manaus (AM), entre outras cidades. Em Porto Alegre, o ato das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e centrais sindicais, programado para ocorrer às 11h no Parque da Redenção, junto ao Monumento ao Expedicionário, foi cancelado minutos antes de começar por conta do mau tempo.
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Cidades como Nova York, nos Estados Unidos, e Bogotá, na Colômbia, também devem ter eventos. As manifestações foram marcadas no contexto da crise política que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar Temer por suspeita de crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça. Grupos que atuaram pelo impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, como Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua, também chegaram a marcar protestos para o mesmo dia e horário, mas recuaram alegando preocupações com a segurança.
Em São Paulo, manifestantes se concentram em frente ao vão livre do Masp para ato contra Michel Temer. Mesmo sob chuva e frio, eles pedem a renúncia do presidente e a convocação de eleições diretas. Dois trios elétricos e dois carros de som foram deslocados para a região.
Organizado pelas Frentes Brasil Popular e Povo medo, o ato ocupa uma quadra da avenida com manifestantes.
– A chuva atrapalha um pouco, mas o pessoal ainda está chegando – disse o ex-senador Eduardo Suplicy (PT), presente na manifestação.
Primeiro político a discursar na Avenida Paulista, Suplicy pediu o afastamento do presidente Michel Temer e a realização de eleições diretas.
– O próprio Temer disse que se um de seus ministros fossem alvo de inquéritos ele seria afastado. Como ele agora é alvo de inquérito ele deve se afastar para pacificar esse maravilhoso povo brasileiro – disse. Suplicy também criticou a ação da prefeitura realizada hoje, 21, na Cracolândia, e o fim do programa Braços Abertos.
No Rio, servidores públicos protestaram contra o presidente Temer e o governador Luiz Fernando Pezão na Avenida Atlântica, em Copacabana. Cerca de 70 pessoas se concentraram em frente ao Hotel Copacabana Palace. A manifestação foi organizada pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe). Ambulantes aproveitam para vender faixas de cabelo amarelas com a inscrição Fora Temer e bandeiras do Brasil.
Cerca de 200 manifestantes protestaram em frente ao prédio onde mora o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), em São Conrado, na zona sul do Rio. Aos gritos de "Fora Temer" e "Diretas Já", o grupo carregou faixas, cartazes e bandeiras de partidos de esquerda e de movimentos sociais.
Em Belo Horizonte, os manifestantes se reuniram às 9h na Praça da Liberdade e seguiram para a Praça Sete, tomando ruas do centro da capital mineira. Assim como o ato realizado na última quinta-feira (18), a convocação foi realizada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, grupos que reúnem centrais sindicais, sindicatos, organizações estudantis e entidades dos movimentos sociais.
O principal mote dos manifestantes foi o pedido de eleições diretas. "Só o voto popular pode resolver essa imensa crise política, resgatar a democracia e credibilidade na principal instituição brasileira" informava a convocação nas redes sociais.
Segundo Beatriz Cerqueira, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), a eleição indireta não resolve a crise no país.
– Na eleição indireta, o Congresso elegerá o presidente da República e na sequência aprovará as reformas da Previdência e trabalhista. Por isso, para nós a única saída é ocupar as ruas gritando Diretas Já. Queremos de volta o direito de eleger o presidente – disse.
Para a sindicalista, o país vem piorando:
– Essa tem de ser uma luta de todos os brasileiros. São 14 milhões de desempregados. Por isso também queremos reformas do Judiciário, tributária, porque o pobre é quem mais paga imposto hoje no Brasil, e política, porque os deputados e senadores estão sempre votando contra os interesses da população.
Em Recife, o ato ocorreu no Marco Zero da cidade, localizado no Recife Antigo, e teve uma proporção bem menor que o protesto da última quinta-feira (18).
De acordo com Carlos Veras, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das organizações que convocaram a mobilização, já se previa que hoje não haveria uma adesão massiva.
– O grande ato foi na quinta. Queremos dialogar com as pessoas que vêm ao Marco Zero (local turístico e de lazer) e nos mobilizarmos rumo à Brasília para o ato por Diretas Já do dia 24.
Em Fortaleza, manifestantes se reuniram na Praia de Iracema e fizeram passeata pela Avenida Beira Mar. Organizado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o ato reuniu pessoas da capital e do interior. As mensagens das faixas e cartazes exibiam frases com palavras de ordem, entre elas Diretas Já.
– A solução para o país neste momento é promover eleições diretas, para que possamos continuar o ciclo de desenvolvimento interrompido pelo golpe – disse o vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Ceará, Luís Carlos de Sousa.
* Zero Hora com agências de notícias