
Após a publicação da série de reportagens de ZH sobre a indústria farmacêutica, o Sindicato dos Propagandistas do Rio Grande do Sul (Sinprovergs) vai pedir ao Ministério Público do Trabalho (MPT) abertura de inquérito "para a punição das empresas e das pessoas envolvidas nos fatos relatados". Em nota, o Sinprovergs destaca que a categoria não compactua com irregularidades.
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A entidade ressalta que a reportagem demonstra "a prática agressiva e antiética de determinadas indústrias farmacêuticas na consecução dos seus objetivos comerciais e, principalmente, demonstra a falta de respeito em relação aos direitos dos trabalhadores à intimidade, à liberdade de credo, ao respeito à sua integridade pessoal".
No texto, o presidente do Sinprovergs, Silvio Luiz Nassur Ferreira, afirma que a entidade trabalha "incessantemente para coibir tais práticas no meio da categoria dos propagandistas farmacêuticos, porém sem êxito, pois quando recebemos denúncias contra algumas empresas, estas não atendem os nossos pedidos de esclarecimento e de cessação das condutas ilegais, adotando as estratégias de negar e omitir tais práticas".
A nota também relata a dificuldade do sindicato em obter provas, "especialmente o testemunho dos trabalhadores, a fim de denunciarem ou testemunharem contra os seus empregadores tais condutas ilícitas".
Conforme o sindicato, não se consegue o apoio dos mesmos "por causa do medo de perderem emprego ou de não conseguirem mais colocação no mercado de trabalho, motivo pelo qual escolhem por amargar tais sofrimentos, ou seja, não se dispõem a apoiar o Sindicato na denúncia ou na busca de punição das empresas que adotam tais práticas ilegais".