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Os dois naufrágios ocorridos nos últimos dois dias, nos Estados do Pará e da Bahia, deixaram pelo menos 39 mortos, conforme balanços oficiais atualizados divulgados nesta quinta-feira (24). O acidente mais recente aconteceu nesta quinta, quando uma embarcação com 120 pessoas a bordo naufragou durante o trajeto entre a ilha de Itaparica e Salvador, deixando ao menos 18 mortos, informou a Marinha.
Inicialmente as autoridades haviam informado que 22 pessoas tinham morrido. Em seguida, comunicaram que havia sido 23 vítimas, mas às 15h50 o número foi revisado e alterado para 18 mortos. Um bebê chegou a ser resgatado com vida, mas morreu a caminho do hospital.
A Marinha resgatou 21 pessoas com vida. Outras embarcações também ajudaram no socorro às vítimas, indicou o comandante Flávio Almeida, embora ainda não tenha dado um balanço oficial de quantas pessoas continuam no mar.
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– Estava chovendo. Veio uma onda e virou. Tinha muita gente – comentou Edvaldo Santos de Almeida, um dos sobreviventes, em declarações ao G1 após ter chegado a Salvador.
Ele diz ter ficado duas horas no mar e questionou a "demora" no atendimento aos náufragos.
O governo do Estado da Bahia decretou três dias de luto oficial.
– Estou acompanhando pessoalmente esta difícil operação desde cedo e todas as providências foram tomadas imediatamente – disse o governador, Rui Costa.
O comandante Flávio Almeida informou que 126 militares participam da operação a bordo de quatro barcos.
Naufrágio no Pará
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Na terça-feira (22) à noite, um barco afundou no rio Xingu, no Pará. De acordo com o portal G1, a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) confirmou que foram encontrados corpos de 21 vítimas do naufrágio. O número atualiza a informação da Defesa Civil do Pará, que havia confirmado a localização de 19 corpos até o início da manhã desta quinta-feira (24).
Ainda conforme o G1, o governo do Pará informou que o dono da embarcação disse que havia 48 pessoas a bordo. Secretaria de Segurança Pública (Segup), no entanto, falou que trabalhava com 49. Antes da confirmação das novas mortes, a Segup havia dito que 16 pessoas estavam desaparecidas e 23 tinham sido resgatadas com vida. Ainda não há informações se 11 corpos são dos desaparecidos.
O navio Capitão Ribeiro saiu do município de Santarém, oeste do estado, às 18h de segunda-feira (21), segundo informação da Segup. As informações iniciais diziam que 70 pessoas estavam a bordo. A embarcação tinha escala nos municípios de Monte Alegre e Prainha. O destino final era Vitória do Xingu.O barco afundou por volta de 22h de terça, em uma área denominada Ponte Grande do Xingu, entre Porto de Moz e Senador José Porfírio.
Chovia quando o acidente aconteceu. Muitos sobreviventes disseram que a embarcação foi atingida por uma tromba d'água – fenômeno similar a um tornado.
– A tripulação disse ter visto, no horizonte, algo com o formato de um funil, acompanhado de muita chuva e vento forte, e que teria pego o barco pela popa e o afundado. De acordo com os relatos, a embarcação girou e afundou em seguida – afirmou o delegado Elcio de Deus, de Porto de Moz.
Temer lamenta mortes em naufrágios
"Lamentamos profundamente a perda de dezenas de vidas nos acidentes com embarcações no Pará e na Bahia. Nossa solidariedade às famílias", tuitou o presidente Michel Temer.
Os acidentes nos rios do Amazonas são recorrentes. Segundo estatísticas do jornal Folha de S.Paulo, pelo menos 1.160 pessoas morreram em naufrágios na região desde 1981, ano em que 770 passageiros faleceram em dois acidentes no Pará, os maiores da história recente.